casa mãe, o novo refúgio cool escondido no algarve

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    Definitivamente temos um problema sério com GPS. Como o meu querido Marido Mistério é meio paranóico, desta vez íamos munidos não de um, nem de dois, mas de três GPS: o do carro, o do meu telemóvel e o do dele que, como não podia, deixar de ser, é o que acerta sempre o caminho (obviamente!). É claro que nos levou pelas labirínticas ruas de Lagos, até desenbocarmos numa rua sem saída nas traseiras do hotel, a rua do Caracol.

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    Não sei se foi do GPS dele, se foram as coordenadas que nos levaram até ali, o que é certo é que para variar não acertámos na entrada do hotel à primeira, e fomos dar a um beco tão estreito mas tão estreito que emagreci dois quilos e meio só a tentar tirar dali o carro. A mim deu-me jeito, mas não vale a pena perder tanta energia, por isso, já sabe: fuja da rua do Caracol, e vá direto à rua do Jogo da Bola onde fica a entrada principal da Casa Mãe e onde pode fazer o check in.

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    Na receção fomos recebidos com dois enormes sorrisos e um welcome drink à nossa escolha: sumos, cerveja ou um copo de vinho. Escusado será dizer o que escolhemos! Eu branco, ele rosé. Deliciámo-nos com uns aperitivos na esplanada interior do hotel enquanto nos rendíamos ao ambiente boho chic, com uma ótima música num cenário com muito boa onda. No interior há uma sala de estar e o restaurante Orta, com uma decoração informal e moderna, que se abre para o tal terraço onde bebemos o welcome drink, entre a casa e as muralhas da cidade velha.

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    Este projeto tem vindo a crescer no centro de Lagos, junto à muralha da cidade. Começou com o edifício principal mais moderno, seguiram-se as três cabanas, construídas entre as plantas aromáticas do jardim, e mais recentemente foi recuperada a casa antiga perto da piscina e da zona do spa.

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    O antigo e o contemporâneo convivem lado a lado na perfeição, tendo em comum os tons claros, a decoração simples e minimalista e o bom gosto na escolha dos detalhes. Ao todo, são 30 quartos mas nem se dá por eles, tal é a calma e tranquilidade que se respira aqui.

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    Os quartos 

    Depois de terminarmos as nossas bebidas e de reservarmos mesa para o jantar, subimos ao nosso quarto, que ficava no primeiro andar do edifício principal, mesmo em cima da receção.

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    Este edifício tem uma fachada de painéis em madeira inspirada nas tradicionais reixas algarvias, permitindo a entrada de luz e ar nos espaçosos quartos, que variam entre os 25m2 e 40m2 no interior e terraços entre 10m2 e 22m2, com vista para o jardim, para a cidade e de alguns consegue ver mesmo uma nesga de mar. Os terraços do primeiro andar são protegidos, o que dá a sensação de prolongamento do quarto, já os do segundo são a céu aberto.   

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    A decoração simples e minimalista, em tons de branco, conquistou-me ao primeiro olhar. Tal como a música ambiente que já tocava mal abrimos a porta: brasileira, atual, ao estilo reggae pop, como Natiruts.

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    Os quartos, apesar de terem o chão forrado a terracota artesanal, como todo o hotel, são muito giros e acolhedores. A nossa varanda, como era no primeiro andar, era resguardada dos olhares da rua e tinha duas cadeiras de realizador, uma mesa de napa, uma rede e um vaso com uma planta.

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    Cada recanto tinha um pormenor delicioso, como o armário aberto com cestos, a moderna secretária de madeira simples de linhas direitas, as cadeiras de realizador brancas, o lavatório grande no quarto, um toalheiro de madeira enorme com as toalhas e os roupões pendurados e ainda duas portas que davam acesso ao duche propriamente dito e à zona da retrete, inteligentemente separados entre si.

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    Além do secador e das amenities orgânicas e artesanais (o champô, o sabonete e o gel de banho são feitos a partir de óleos biológicos, como de coco ou de amêndoas doces, por exemplo), o que mais me surpreendeu foram os snacks caseiros do minibar a que eu resisti ferozmente, apesar de serem saudáveis e, claro está, orgânicos, como os frascos de crackers de sementes, bolachas de aveia e chocolate, laranja desidratada, entre outras delícias.

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    O pequeno-almoço 

    O pequeno-almoço é servido no restaurante Orta by Casa Mãe ou no terraço até à uma da tarde, o que é espetacular. Odeio hotéis que servem o pequeno-almoço até às 10h30, por exemplo! Tudo aqui é orgânico, tudo aqui é saudável.

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    Nós pedimos um brunch (servido só até às 11h30) que estava absolutamente divinal feito com produtos frescos da horta e preocupações vegan, como smoothies saudáveis, sumos feitos no momento, leite frio de amêndoa prensado, panquecas de aveia, tostas com abacate e ovo escalfado, tábuas de queijo, granola, frutos secos, figos, iogurtes, café artesanal e doces deliciosos como um bolo de chocolate e beterraba absolutamente original.

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    A cozinha é aberta e o ambiente não pode ser mais tranquilo e sorridente. Lá fora, o churrasco ao ar livre é uma tentação no verão. Aliás, o Casa Mãe tem um serviço muitíssimo simpático, afável e acolhedor.

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    As atividades 

    Aqui a expressão dolce fare niente ganha uma nova dimensão, porque a Casa Mãe tem cantos e recantos para fazer precisamente a minha atividade preferida: nada. Com um jardim bucólico, com quase 7 mil metros quadrados, povoado por alguns poços e tanques e uma convidativa horta orgânica, só apetece relaxar e ler um bom livro.

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    Ao fundo, ao lado do edifício da casa mãe propriamente dita e junto à muralha, uma piscina pequena e triangular em tons de azul escuro transmite uma paz e tranquilidade únicas. Tem ainda, junto à recepção, uma concept store com produtos naturais e nacionais para explorar e comprar se tiver orçamento para isso (sim, a loja é caríssima), pode requisitar aulas de ioga e participar em oficinas de culinária, agricultura e artesanato. E, claro, praias é o que não falta nesta região, como a Meia Praia, a do Camilo e a da D. Ana.

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    Uma nota final: se gosta de sair à noite ou ir beber um copo prepare-se para um ambiente ao nível de Albufeira em pleno Agosto. Depois de um ótimo jantar no restaurante Orta by Casa Mãe, tivemos a péssima ideia de ir passear pelo centro de Lagos até à marina. E, francamente, não sei o que me arrepiou mais: se os bandos de inglesas literalmente a cair pelos passeios se as gaivotas a bicarem os sacos do lixo espalhados pelas ruas. A explicação que nos deram foi que, no centro de Lagos, os sacos do lixo têm de ficar às portas porque as ruas são demasiado estreitas para contentores. Não percebo o argumento. Não são precisos contentores gigantes, bastava o velho e maneirinho caixote do lixo.

    Enfim, voltámos a correr para o conforto da nossa Casa Mãe, para de lá não voltar a sair.

     

    O bom 

    O restaurante

    O mau 

    Os sacos do lixo espalhados pelas ruas de Lagos

    O ótimo 

    Os quartos e todo o ambiente do hotel

     

    Umas boas férias para quem está ou para quem ainda vai,

    Ela

     

    fotos: casa mãe

     

    Nota: Todas as despesas das visitas efetuadas pelo Casal Mistério a restaurantes, bares e hotéis são 100% suportadas pelo próprio Casal Mistério. Só assim é possível fazer uma crítica absolutamente isenta e imparcial.

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