Más notícias: o wasabi não pode tocar no molho de soja. Péssimas notícias: o arroz também não deve ser mergulhado na soja. Terríveis notícias: o sushi não se come com pauzinhos – ou, pelo menos, algum tipo de sushi.
Eu sei que é informação a mais para um post só, mas depois de anos e anos a ver a minha querida Mulher Mistério a entrelaçar os pauzinhos nos dedos para tentar pegar numa peça de sushi que acaba invariavelmente desfeita em centenas de bagos de arroz espalhados pela mesa, resolvi investigar o assunto: não propriamente o que provoca a descoordenação motora que faz Dela um Eduardo Mãos de Tesoura à mesa, mas antes as mais elementares regras de etiqueta nipónica que a podem ajudar a comer sushi decentemente.
Mas antes que feche os olhos e que imagine uma Paula Bobone de olhos em bico aqui deste lado do computador, deixe-me esclarecer que não se trata apenas das regras de boas maneiras à mesa – mas também da melhor forma de saborear o sushi.
Os conselhos são dados por Naomichi Yasuda, um chef japonês com um restaurante em Tóquio, neste vídeo do Munchies, e por três artigos: um do jornal online Huffington Post, outro da Matador Network e um último do site Gaijin Pot, dedicado ao Japão. Agora abra o caderno de notas e comece a apontar. Mas antes de começarmos, o melhor é lavar as mãos, porque os makis devem ser pegados com os dedos.
1. Coma os makis com as mãos
Sim, estamos a falar daqueles rolinhos típicos com a alga por fora e o arroz e o peixe por dentro.
- Se lhes quiser juntar wasabi, pegue num pouco da pasta com os pauzinhos e coloque em cima do peixe, no topo da peça.
- Depois, pegue na peça com os dedos, um de cada lado da alga, sem tocar no arroz.
- Mergulhe um cantinho da base da peça de sushi ligeiramente no molho de soja – muito molho de soja vai retirar sabor ao sushi – mantendo o wasabi sempre no lado oposto (o contacto entre soja e wasabi destrói os dois sabores).
- Ponha a peça inteira na boca – trincá-la é ofensivo para o chef que faz as peças à medida, para serem comidas de uma vez.
2. Coma os nigiris de cabeça para baixo
Não, não lhe estamos a pedir para dar uma cambalhota em cima da mesa. A peça de sushi é que tem de ser virada de pernas para o ar para não acabar espalhada pela mesa.
- Pegue nos pauzinhos e tombe a peça para a sua esquerda, deixando uma parte do peixe e do arroz a tocarem no tabuleiro (se for canhoto, faça para o lado contrário).
- Se for destro, junte o pauzinho esquerdo ao peixe e o direito ao arroz, levantando a peça de lado (se for canhoto, faça ao contrário).
- Rode a peça para a sua esquerda e molhe a ponta do peixe no molho de soja – o arroz não deve tocar no molho, se não vai ensopar e a peça vai desintegrar-se.
- Leve a peça à boca com o peixe para baixo para este tocar directamente na língua e conseguir sentir bem o seu sabor e frescura. Tem dúvidas? Veja a ilustração em baixo ou o vídeo aqui.
3. Coma gengibre entre duas peças de sushi
Nunca misture o gengibre com o peixe, com o molho de soja ou com o wasabi. O gengibre serve para limpar a boca e abrir o paladar, por isso deve ser comido entre as peças de sushi para sentir melhor os sabores.
4. Comece por comer o peixe branco e acabe com os makis
É verdade, tal como nós comemos o peixe antes da carne também há um encadeamento para comer sushi. Tudo tem a ver com a intensidade dos sabores e com o nível de gordura do peixe. Siga esta ordem:
- Peixe branco
- Peixe prateado
- Peixe encarnado
- Salmão e ovas de salmão
- Toro, a parte mais saborosa e com mais gordura do atum (é também a mais clara)
- Ovos
- Makis simples
- Sopa miso
5. Respire pelo nariz
Esta não é uma regra de etiqueta: é só uma solução de emergência para combater o picante do wasabi. Se por acaso estiver aflito, pare de respirar pela boca e comece a respirar rapidamente através do nariz. O site Gaijin Pot garante que a sensação de ter um vulcão em erupção dentro da boca desaparece em segundos.
Agora é marcar o próximo jantar de sushi para pôr tudo isto em prática.
Um óptimo sushi para si onde quer que esteja,
Ele
imagens: gaijin pot, huffington post, munchies
É tal e qual eu costumo comer!!!
Eu logo vi que fazia figuras tristes nos restaurantes japoneses, agora está comprovado!!!
Faço minhas as últimas palavras do texto do gaijinpot:
“However, I still make my wasabi-soy sauce paste.”
Eu já sabia – pelas minhas pesquisas – que as peças não se devem cortar e se comem inteiras; também li que nunca se espetam os pauzinhos na tigela do arroz; que o gengibre serve para “lavar” o palato entre as diferenças peças de sushi – adoro o gengibre, não aprecio o wasabi – mas nessa de comer as diferentes peças pela devida ordem… falho redondamente 🙂
Sabia que é o peixe que se deve molhar na soja e não o arroz… eu adoro molhar o arroz mas vou tentar fazê-lo da forma correcta a partir de agora: estamos sempre a tempo!
Renovo os meus parabéns pelo blog, cumprimentos ao Ele e à Ela. Continuem a deliciar-nos que nós gostamos 🙂
Já conhecia algumas dessas “regras”!
Nunca trinco as peças, molho apenas o peixe na soja, de vez em quando lá vai o gengibre (apesar de não adorar), viro sempre os niguiris ao contrário, e apesar de saber que algumas peças se comem à mão nunca o fiz.
Mas costumo fazer uma coisa completamente errada, eu misturo sempre wasabi no molho, não fazia ideia que não se devia misturar!!!!! Tenho de experimentar fazer diferente da próxima vez!
Adorei o post, vou partilhar com todos os meus sushi lovers 😉
>> https://joandcompanystyle.blogspot.pt/ <<
Muito Interessant. Vou colocar link no meu blog: https://producaoindustrialblog.wordpress.c om/
Boa tarde. Só um aparte, tenho amigos japoneses que vieram passar um ano a Portugal e de facto não faziam tudo o descrito.
As peças de sushi ( algumas) são muito grandes, então a minha amiga japonesa com os pauzinhos cortava a peça em pedacinhos e comia um a um delicadamente. Para não a verem com um trambolho na boca. Todos os meus amigos juntavam um pedacinho de wasabi ao molho de soja.
Falta de educação ou não, até os nativos o fazem.
Confesso que ainda não sei o que me parece comer os makis com a mão. Quanto ao gengibre não como porque não aprecio. Sobre os nigiris, sim, faz toda a diferença.
A ideia de recuperar a técnica ancestral de fazer fogo com dois pauzinhos, também não é boa ideia! Causa desconforto aos presentes e revela de imediato o desconhecimento da “etiqueta” desta cozinha.
Depois, à excepção de ver o cliente a cortar um niguiri a meio com faca e garfo, tudo o resto, tolera-se!