Conheci o Olivier há uns seis anos. Estava eu a entrar para almoçar no restaurante Cave Real, em Lisboa, e estava ele a parar o seu Bentley (ou seria um Jaguar?) em segunda fila, obrigando os outros carros a abrandarem e a desviarem-se. Como o carro estava com os quatro piscas ligados, pensei que ele fosse buscar qualquer coisa rapidamente ao restaurante. Mas não. Entrou, sentou-se a uma mesa com uns amigos e almoçou calmamente. Durante mais de uma hora e meia, o Bentley ficou parado literalmente no meio da rua enquanto Olivier conversava tranquilamente. Nesse dia, não falei com Olivier. Mas fiquei a conhecê-lo – o suficiente.
Ao longo destes últimos anos, procurei sempre evitar os restaurantes de todos os chefs que estacionam o carro no meio da estrada enquanto vão almoçar. E como não conheço mais nenhum que faça isso, limitei-me a procurar evitar os restaurantes de Olivier. No outro dia cedi. Peguei no telefone, liguei para o Guilty e tentei marcar uma mesa para almoçar durante a semana. Do outro lado, atendeu-me um empregado simpático que me perguntou para que horas era, quantas pessoas eram… e, depois de ter ouvido todas as informações, respondeu que não aceitava reservas para o almoço. É claro que podia ter começado por dizer isso e ter-nos poupado os dois a desperdiçar um precioso minuto das nossas vidas. Mas não: preferiu conversar um pouco comigo.
Depois de todos estes episódios, como pode imaginar foi com uma enorme boa vontade que entrei no Guilty. Mas…
O ambiente
Já lá tinha estado a jantar há uns anos – outra recaída – e tinha achado o ambiente um bocadinho fashion demais: música muito alta, mulheres a dançar em cima dos balcões, pessoas a falar aos gritos. É um estilo, mas não é o meu estilo.
Ao almoço, o ambiente é completamente diferente. Não há euforia, não há barulho. O que há é uma agradável esplanada onde se está bem. Como fui lá num destes maravilhosos dias de Verão, agradeci que tivessem descido uns plásticos transparentes dos lado para nos proteger da chuva e dos olhares das pessoas que passavam na rua.
No interior do restaurante, e quando está pouca gente, pode ver que a decoração é moderna e simples, transformando o espaço num local agradável. É claro que à noite, com a música alta, “agradável” é uma palavra mais difícil de usar. Mas eu já decidi: para mim, o Guilty passou a ser um restaurante exclusivamente para almoçar.
A ementa
O couvert
Mal chegámos, pedimos uma focaccia enquanto escolhíamos. Entretanto, esperámos que trouxessem o couvert antes da focaccia. Mas ainda continuamos à espera…
A focaccia acabou por chegar passados poucos minutos. É boa e temperada com azeite, sal e alecrim. Mas podia estar um pouco mais bem cozida e estaladiça. No meio é fininha, mas nas pontas é um pouco mole demais.
As saladas
Subscrevo! Fui uma vez ao Olivier Avenida e bastou-me … muita falta de educação do Olivier aos gritos com os empregrados para eles despacharem os clientes que estavam a demorar muito … E pronto com isto está tudo dito! Foi a 1ª e última vez…