o meu pequeno-almoço à badocha americano no starbucks

    Pergunta inocente: há quanto tempo não assiste à seguinte cena?

    Um senhor de cabelo branco entra num café, tira a carteira para pagar a conta na caixa e deixa cair as moedas ao chão. Do outro lado do balcão, ouve-se:

    – Deixe estar que eu o ajudo.

    A rapariga, com pouco mais de 20 anos, dá a volta, sai de trás do balcão e ajuda o senhor a apanhar as moedas. Depois, volta para o seu lugar e continua a atender os outros clientes.

    Eu sei que deveria ser um comportamento básico de qualquer pós-adolescente. Mas, sinceramente, costumo ouvir com mais frequência pessoas a dizerem “Oh velho despacha-te!” do que “Deixe estar que eu o ajudo”. Aqui, no Starbucks, não. E eu gosto disso. Gosto disso e gosto que me tratem pelo primeiro nome, sem o habitual “Senhor” antes. E gosto da decoração despretensiosa. E gosto do ambiente descontraído. E gosto dos clientes a trabalharem com os seus computadores no colo. E gosto da música que alterna entre o fado tradicional e o indie rock sueco. E gosto da Internet gratuita sem ninguém nos perguntar se não queremos consumir mais nada. E gosto das extensões com fichas triplas onde podemos ligar o computador à corrente sem pedir licença. E gosto das canecas. E gosto dos sofás. Basicamente, gosto de me sentir em casa. E aqui isso é possível.

    É claro que tudo isto se paga. E não é pouco. €1,10 por uma bica lisboeta ou um cimbalino portuense é uma excentricidade. Mas, como aqui eu não bebo café expresso, a crueldade da conta dilui-se na simpatia do serviço.

    Este é um sítio para tomar um bom pequeno-almoço americanizado no meio de um shopping, parecendo que está sentado no meio da sua sala. O café preto de saco, à antiga, é uma maravilha que eu não dispenso de vez em quando. Ela é mais capuccino, cafe latte, macchiato e outras maravilhas com quatro dedos de espuma. Eu também gosto dessas Nespressisses. Mas, de vez em quando, sabe bem um café preto de saco, sem leite, em caneca grande.

    Para acompanhar alterno entre os deliciosos bagles e os divinais blueberry muffins. Mas há mais hipóteses: bolos fantásticos, bolachas gigantes de chocolate, donuts, croissants, etc. E até há produtos sem glúten ou com leite de soja.

    Eu sei que lá em casa vigora actualmente a ditadura da dieta. Mas é exactamente por isso que, de vez em quando, fujo para a minha sala de estar colectiva no Starbucks. E, enquanto como meio quilo de açúcar, escrevo tranquilamente textos como este.

    O bom 

    O serviço

    O mau 

    O preço

    O óptimo 

    O ambiente

     

    Um bom café para si, onde quer que esteja,

    Ele

    Tags: bolo, café, muffins

    2 comentários em “o meu pequeno-almoço à badocha americano no starbucks

    1. Ahahahahaha!
      Starbucks, só quando vou para fora do país. Sempre encontro um café mais ou menos a meu gosto.
      Mas já estive no do Rossio, mas desisiti de tomar/comer alguma coisa, tantas eram as pessoas que ánchiam o espaço.

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