Qual é a probabilidade de estar 20 minutos atrasada para uma consulta e entrar disparada no prédio errado? Ok, sim estava ao telemóvel, mas qual é a probabilidade de perceber que estou no prédio errado mal o elevador arranca e ao tentar abrir a porta de ferro para sair – era daqueles elevadores antigos – ficar presa no elevador? Sim, continuava ao telemóvel… Mas, por favor, explique-me a probabilidade de nem ter reparado que estava mais uma pessoa no elevador e, de repente, (quando desligo o telemóvel) perceber que estou fechada com uma miúda de proporções sobrenaturais, saída de um anúncio da Victoria’s Secret? Aí, concordem, já não pode ser só azar, tem de haver vodoo!
Olhei-a de cima abaixo (como não olhar?) e resignei-me, quase amuada, porque afinal mentiram-nos quando disseram que era tudo Photoshop. Elas existem. Esses anjos andam por aí. E uma esteve presa no elevador comigo…
E agora digam-me qual é a probabilidade (desculpem a insistência) de não aparecer vivalma para nos tirar dali, a porta velha de ferro não ceder um milímetro e a top model perguntar se não me importo que ela coma o seu snack no elevador porque acabou de fazer exercício e não quer deixar passar a janela metabólica para ingerir a sua dose de proteínas e hidratos de carbono! What???!!!! Janela quê?????
Esperem, há uma janela em que se pode comer tudo? Veio-me logo à cabeça a imagem de um portal a abrir-se para uma nova dimensão e enquanto eu me imaginava a aproveitar essa janela mágica com algo decadente com chocolate fundido, a top model abriu uma caixinha amorosa e mostrou-me três panquecas escuras. Fui sugada de regresso à Terra. Queimaram um bocadinho? Não resisti…
Mas é aqui que entra a pertinência deste post. As panquecas não estavam esturricadas… “São de Teff”. Santinho. Ok, o que é Teff? Teff é uma farinha. Ah, claro! E foi-me descrita pela minha nova amiga como a número 1, a Gisele Bundchen das farinhas. Menos calorias, menor valor glicémico e com efeitos pré-bióticos (que é como quem diz que ajuda a ir à casa de banho).
Aqui está ela, uma farinha cheia de antioxidantes e nutrientes que nos fazem bem, feita a partir de um grão minúsculo originário da Etiópia e que entra naquela categoria dos superalimentos de que toda a gente fala. E não tem glúten, o que interessa a todos os que, de repente, se lhe tornaram tão intolerantes. Eu, infelizmente, continuo a não ser intolerante a nada. (Só porque sei que se preocupam, saibam que cheguei a horas à consulta porque o médico conseguiu atrasar-se mais do que eu).
Já em casa, socorri-me do saudável site One Green Planet. Encontrei logo uma versão de Teff que leva peras e sementes de romã e aqui estou eu pronta para experimentar a minha mais recente descoberta, light, tão super apetitosa e que só me pode fazer aproximar (na verdade, já me aproximou) de uma super modelo!
Para fazer esta receita só precisa da preciosa farinha de Teff, fermento em pó, xarope de ácer, uma pitada de sal e canela, um leite alternativo, peras e sementes de romã. Para saber as quantidades certas de cada ingrediente, consulte a receita original aqui.
As indicações são muito simples. Salteie as peras fatiadas e prepare as sementes de romã. Para as panquecas, misture os ingredientes. Não importa a ordem, nem há pormenores a ter em conta (o que me agrada mesmo que não tencione cozinhar). Deite a massa na frigideira untada de óleo de coco e deixe dourar de um lado e do outro. O meu querido Marido Mistério faz aquele truque de virá-las no ar tão bem! Eu aplaudo sempre para incentivá-lo a continuar a cozinhar.
E depois é só sentarmo-nos na mesa encostada à janela que dá para o jardim. Não é metabólica mas abre às horas que quisermos e tem uma vista maravilhosa!
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Uma ótima panqueca para si também,
Ela
Que vou experimentar, é certo! Depois conto a minha experiência!
Mais uma vez, obrigada pela partilha!