um dia em santorini

    Não vou descrever o pequeno-almoço de reis que tivemos no “nosso” terraço porque é quase pornográfico. Digo apenas que estava divinal (sim, trouxeram mesmo champanhe, não era espumante!) porque já parece tortura chinesa para quem está enfiado num escritório a ler-nos.

    Depois do pequeno-almoço, seguimos à risca as sugestões do staff do hotel: de manhã, um passeio de veleiro até à cratera do vulcão, seguido de um almoço no porto de Amoudi, e à tarde, um passeio por Oia.

    Saímos do hotel rumo ao porto de Amoudi sem pressa. É tão bom termos tempo. Só sei o que é isso quando estou de férias. Fomos a pé pelas pitorescas ruas de Oia, espreitando os outros hotéis, restaurantes e lojas até chegarmos a uma imensa escadaria desenhada em pedra que nos levou até ao porto. Lá estava um velho marujo, à nossa espera, num veleiro só para nós! Que espetáculo. Perguntou-nos logo se os nossos fatos de banho eram novos. Nem por isso, porquê? “Porque depois de mergulhar nas águas quentes do vulcão, nunca mais serão os mesmos”. Tradução: vou destruir o biquíni. Paciência, já tenho um pretexto para comprar outro. Lá partimos, em ritmo de passeio rumo à caldeira do vulcão.

    Quando chegámos, nem esperei que o nosso Capitão Iglo lançasse a âncora. Mergulhei, sem dó nem piedade, doida para experimentar aquela água. Água… que é como quem diz uma argamassa que é uma mistura de água com restos de lava. O resultado é um tom verde esmeralda do outro mundo, com a temperatura a atingir, nalguns sítios, os 33 graus. Confesso que primeiro estranha-se, depois entranha-se, e depois quer-se ficar ali para todo o sempre. E ali nadámos e nadámos, e explorámos a cratera do vulcão que, em algumas zonas, mete algum respeito. Quando me pus a nadar, qual Esther Williams, e de repente me vi sozinha rodeada de mar e de um vulcão por todos os lados, dei por mim a pensar: E se isto decide eclodir agora ao fim de 3500 anos? Nunca se sabe. Felizmente, o vulcão não acordou, e por ali ficámos a mergulhar e a aproveitar a vista de Santorini a partir do mar.

    Regressámos ao porto de Amoudi mesmo à hora de almoço. Este porto é utilizado sobretudo por iates, veleiros e barcos de pescadores locais. Por aqui não passam os ferries, por isso é tão tranquilo. Almoçámos num restaurante literalmente em cima da água. Mesas e cadeiras estendem-se ao longo do cais. O nome do restaurante não poderia ser outro, senão o cartão de visita de Santorini: Sunset. Sentámo-nos. Mais uma vez sem pressa. Comemos um peixe grelhado bom (não me perguntem qual, porque me vi grega para perceber o empregado que nos tentou explicar, num inglês macarrónico, que peixe era aquele) e um vinho melhor ainda. A verdade, nua e crua, é esta: por mais que viaje, não encontrei até hoje um país que grelhe o peixe como o nosso.

    Abatemos o almoço a subir a escadaria de volta ao centro de Oia. Antiga colónia de pescadores, é hoje uma deliciosa aldeia de capelas brancas com cúpulas azuis, com uma vista espetacular sobre a caldeira. E assim passámos o resto da tarde. A explorar as ruas pavimentadas, as ruelas coloridas e os becos encantados. A entrar e a sair de lojas, joalharias e galerias de arte, a beber cafés e sumos nos bares e restaurantes com terraços com vista para um pôr de sol que se confirmou, mais uma vez, mágico.

    Regressámos ao hotel, ao “nosso” terraço, para tomar um aperitivo antes do jantar, que merecerá com certeza um post especial.

    Até amanhã,

    Ela

     

     

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