No primeiro domingo do ano, há sempre uma tradição cá em casa: decidir quais os restaurantes a que teremos mesmo de ir nos 12 meses seguintes. São as nossas resoluções de Ano Novo. E para 2016 há novidades de nos deixar já de babete ao pescoço. Estes são os novos sítios que queremos experimentar rapidamente e em força.
Loco, Lisboa
São só cerca de 20 lugares sentados e não tem serviço à carta. Estranho? Então espere para ouvir o resto. A cozinha fica praticamente no meio da sala, os cozinheiros vão até às mesas e só pode optar entre dois menus, baseados numa filosofia orgânica e que estão sempre a mudar: um com 14 pratos (€60), outro com 18 (€80). O novo projecto do chef Alexandre Silva (ex-Bica do Sapato) é o mais recente desta nossa lista de resoluções: abriu há 15 dias, na Estrela, em Lisboa, e promete ser uma das sensações de 2016. Nem que fosse só para comer este mexilhão com maçã e aipo que tem um aspecto delicioso.
Wish, Porto
É o irmão quase siamês do antigo Shis. Depois de o restaurante com a fantástica vista na Praia do Ourigo, no Porto, ter sido destruído pelo mau tempo, o chef António Vieira abriu em Setembro um novo espaço, no Largo da Igreja da Foz Velha, que mistura pratos japoneses com especialidades da cozinha mediterrânea, como o carpaccio de veado com creme de raiz de rábano (€10) ou a vieira grelhada com leitão confitado e puré de maçã com baunilha (€10).
Alma, Lisboa
Para mim, basta-me uma informação para me convencer a ir experimentar o novo restaurante do chef Henrique Sá Pessoa: macarons de cacau e foie gras. Depois do Cais da Pedra e do fantástico espaço no Mercado da Ribeira, em Lisboa, Sá Pessoa volta à alta cozinha, com amuse-bouches, menus de degustação e vários pratos candidatos à estrela Michelin. O novo Alma fica no Chiado e, além da carta, tem um menu de degustação com cinco pratos e dois menus com três pratos.
Cruel, Porto
Bolas de Berlim com mousse de salmão e wasabi (€6,50); risotto de cogumelos com flocos de atum (€14) tão fininhos que se mexem sozinhos no prato como se estivesse a ter uma alucinação; carpaccio de novilho com folha de Sichuan (€5), que aumenta a produção de saliva na boca, alterando a sensação provocada ao experimentar a carne. O Cruel é o novo restaurante do chef Luís Américo, responsável pela fantástica cozinha do Cantina 32 e tem três ementas: uma medrosa (mais tradicional), uma cautelosa (intermédia) e outra cruel (com estas maravilhas que acabei de descrever). Pode pedir entradas, pratos principais ou sobremesas de qualquer uma destas ementas. E também pode dividir. Abriu no final do Verão, na Baixa do Porto, e deixa-me a babar só de pensar como será o meu primeiro jantar aqui.
Kanazawa, Lisboa
Não é um restaurante, é quase uma casa particular. Tudo o que existe é um balcão de cozinha. De um lado está o chef Tomoaki Kanazawa, do outro estão oito clientes. Não há espaço para mais. Os clientes sentam-se à frente do chef e vêem-no preparar um menu surpresa com 20 a 25 pratos japoneses, que varia diariamente consoante aquilo que estava mais fresco no mercado. Enquanto vão degustando, podem ir conversando sobre o que estão a comer.
O Kanazawa é o novo espaço do antigo chef do Tomo, em Algés, que veio para Portugal há 20 anos para liderar a cozinha da embaixada japonesa. Aqui come sushi e sashimi no seu estado mais puro. Sem fusões ou invenções, mas de forma totalmente original para aquilo a que estamos habituados. É claro que toda esta experiência gastronómica paga-se também de uma forma especial. Cada jantar tem de ser marcado com antecedência (desde que abriu, no fim de Novembro, tem tido muita procura) e custa €150 por pessoa. É caro, mas também é único.
Rib, Porto
Tem gin, tem vinho, tem carne e tem uma localização fantástica, no renovado hotel Pestana Vintage, na Ribeira, no Porto. Ah, é verdade, tem também um carpaccio que é colocado em salmoura durante duas horas e que se desfaz na boca. O conceito é a melhor carne – seja o bife tártaro do lombo (€16), o entrecôte marmoreado (€16) ou a vazia maturada durante 14 dias (€21). Para acompanhar, há puré de batata com trufa (€4,50) ou outras maravilhas de me deixarem a aguar.
Rabo d’Pexe, Lisboa
Para mim, amor à primeira vista é alguém falar-me de gunkans de amêijoas à Bulhão Pato (€6) ou sussurrar-me ao ouvido niguiris de lingueirão (€6). É por isso que estou de queixo paralisado até ir jantar ao novíssimo restaurante do antigo chef do Sea Me. Aberto há 15 dias no Saldanha, no centro do Lisboa, aqui pode comer os melhores produtos dos Açores: desde o espectacular peixe às maravilhosas carnes. A ementa divide-se em peixe, carne, inspirações japonesas e pratos que misturam o peixe e a carne, como o promissor prego de pampo com foie gras em bolo lêvedo (€12). Tudo – ou quase tudo – vindo dos Açores, que já é um amor mais antigo.
Antiqvvm, Porto
No Largo do Paço, em Amarante, Vítor Matos conseguiu criar uma das mais irreverentes e criativas cozinhas Michelin em Portugal. Além de pratos deliciosos, criou uma linha de apresentação dos mesmos que os coloca ao nível de autênticos quadros comestíveis. Em Outubro, o chef com uma estrela Michelin trocou o restaurante da Casa da Calçada pelo Antiqvvm, no Solar do Vinho do Porto, com uma vista deslumbrante para o Douro. Além da cozinha de topo, o restaurante tem uma garrafeira invejável.
Less, Lisboa
Um novo bar de gins já era motivo suficiente para entrar de rompante para a nossa lista de sítios a visitar em 2016. E então se esse bar tiver também um restaurante de petiscos frios e quentes, feitos pelo chef Miguel Castro e Silva, então já estou a abrir a porta da rua. Mas há mais. Entre os petiscos estão maravilhas que se enquadram que nem uma luva do Rui Patrício na dieta alimentar da minha querida Mulher Mistério, como um tártaro de corvina com abacate ou outro de salmão com maçã verde. E melhor ainda: também se enquadram na minha dieta financeira, com os preços de todos os pratos a variarem entre os €6,5 e os €11. O restaurante abriu em Novembro e a ementa divide-se apenas entre quentes e frios.
LAB, Sintra
Um restaurante que tem na ementa 25 vinhos diferentes para cada lugar sentado só podia ser um fortíssimo candidato à estrela Michelin. De facto, no novo restaurante do Hotel da Penha Longa, aberto em Maio passado, há 550 vinhos diferentes e apenas 22 lugares sentados. O novo espaço do espanhol Sergi Arola é uma recriação do seu famoso restaurante Gastro, de Madrid, e tem apenas três entradas, quatro pratos principais e duas sobremesas. Há também três menus de degustação com preços que variam entre os €90 e os €130.
Agora, é marcar. E comer. Comer bem.
Um óptimo ano para si onde quer que os novos restaurantes estejam,
Ele
Só conhecemos o Alma, que até já repetimos, mas qualquer um dos outros parecem excelentes sugestões. Acho que vamos começar pelo Loco.
O Cruel está na minha lista. Espero ir lá ainda este mês.
Se estiverem a fim de sairem de Lisboa ou porto, aconselho uma visita ao Delicatum em Braga. Podem ver a critica do Fernando Melo, na evasões, ou do Jose Agosto Moreira, no fugas.
Nós ja fomos ao wish 🙂 vale a pena, e muitos da vossa lista tb estao na nossa 🙂
Obrigado pela dica, Joana.
Vamos, sim. Estamos sempre à procura de sítios novos.
Bom Ano,
Ele
Alguns dos indicados já foram objeto de minha curiosidade e interesse. Esbarrei nos preços. Se fosse aos dez, com minha mulher, teria que empenhar a minha bengala!
Bela lista!
Rabo D’Peixe… brutal!!
Fui lá ontem com a minha querida mulher e adoramos tudo (recepção, comida, conforto, liberdade de escolha).
Excelente dica a vossa!
Parabéns
Tabik Restaurante na Av. da Liberdade em Lisboa, novíssimo e imperdivel!!!!