Se gosta de hotéis enormes com mil e uma atividades então pare de ler este post. O 1872 River House não é o seu género. Mas é totalmente o meu. Foi sem dúvida uma das melhores surpresas que tivemos no Porto. Quando decidimos ir à Invicta fazer a nossa rota gastronómica pela Cantina 32, pelo Flow e pelo Gull, escolhemos este pequeno e familiar hotel para passar o fim-de-semana. O meu querido Marido Mistério tem a humildade e o bom senso de me deixar escolher o hotel e eu, modéstia à parte, nasci para isto. Devia despedir-me do meu trabalho e ser contratada pelos melhores hotéis do mundo para experimentar camas, lençóis de algodão egípcio, pequenos-almoços abundantes, casas-de-banho de mármore, enfim… era um trabalho feito à minha medida, mas infelizmente, não sei, porquê, tenho um feeling de que não está para breve.
O hotel
Voltando ao 1872 River House. É um casarão cor-de-rosa do século XIX, todo renovado, mesmo em cima do rio. Com uma vista deslumbrante para o Douro, parece que o rio nos entra pela janela. Durante anos foi um restaurante conhecido, depois foi uma pizzaria, até que ficou devoluto. Foi nessa altura que um grupo de sem abrigo incendiou o edifício quando tentava fazer uma fogueira. Os atuais proprietários decidiram transformar este casarão com uma localização ímpar numa guest house sofisticada e familiar ao mesmo tempo.
E foi em maio do ano passado que abriram as portas, ou melhor, a porta de ferro que ostenta orgulhosamente o número 1872, a data da construção do passadiço que dá acesso ao edifício, forrado com uns impressionantes vitrais art déco. A guest house tem 8 quartos distribuídos por 4 andares. Todos diferentes mas todos maravilhosamente bem decorados.
Os quartos
Como marcámos em cima da hora, já não conseguimos um quarto com vista para o rio, só com “vista cidade” e fomos simpaticamente conduzidos para o quarto andar por um solícito rececionista que nos confidenciou que é neste piso que estão os seus quartos preferidos, porque têm os tetos esconsos. Ficámos agradecidos. O nosso quarto, em tons de branco, tinha de facto o teto esconso de onde sai um lustre de cristal surpreendente e original. A decoração, simples e requintada, é minimalista com pormenores rústicos, como as mesinhas de cabeceira em tons de verde claro.
A cama, com lençóis e édredons de um branco imaculado e hiper confortáveis, é daquelas em que parece que mergulhamos num algodão fresco e suave ao mesmo tempo e de onde não apetece sair. Aos pés da cama, um compartimento branco discreto que se abre com um comando à distância e de onde sai uma televisão também ela toda branca.
A “vista cidade” é que é… para o prédio do lado. Temos de nos esticar todos para fora da janela para conseguirmos vislumbrar uma nesga da cidade. Já a casa-de-banho está muito bem enquadrada dentro do quarto. Quando se entra, temos o duche à direita (bom e agradável) e o lavatório e todas as amenities à esquerda. As toalhas de banho, brancas – what else? – são grandes e confortáveis. A retrete tem honras de compartimento privado, graças a Deus.
No parapeito da janela, há ainda um simpático tabuleiro com chás e cafés e uma garrafa de água de cortesia. O quarto tem também uma mesa e duas cadeiras, uma banqueta, um espelho de corpo inteiro e uns interruptores giratórios pretos muito originais. E o melhor de tudo é que aqui não precisamos de despertador porque o pequeno-almoço é servido à hora que quisermos.
E, claro, com uma cama tão boa, quisemos muito tarde. Descemos depois do meio-dia até ao andar debaixo onde uma sala com mesas redondas e toalhas brancas impecavelmente postas com um serviço Vista Alegre e guardanapos de pano nos esperava de frente para uma vista deslumbrante sobre o Douro. E o pequeno-almoço é simplesmente maravilhoso.
O pequeno-almoço
Para começar bebi o melhor e mais fresco sumo de laranja natural que experimentei na vida. Depois foi uma espiral: ovos quentes feitos ao minuto, pão de sementes, pão preto e fatias de pão de cereais. Sim. Experimentei todos. Frutos secos deliciosos, mini bolos de toda a espécie e diversos tipos de queijo (francês, queijo manchego e um português amanteigado) e fiambre (normal e de frango) cortado muito fininho, iogurtes, cereais, 3 doces caseiros e mel enchem a mesa de buffet e a minha cara de sorrisos. Noutra mesa, há café e leite, capuccino, chás, um sempre útil frasco de Nutella e um bolo de avelã e nozes. Também a fruta é variada, fresquíssima e fabulosa: morangos, ananás, maracujá, framboesas e amoras que o meu querido Marido Mistério não se cansou de elogiar. Já eu fiquei rendida a umas tacinhas de mirtilos deliciosos. Conclusão: não foi um pequeno-almoço, foi claramente um brunch e dos bons.
Só uma nota final: todas as sextas-feiras, às 19:30, há happy hour com provas de vinho e queijos. Nós infelizmente não chegámos a tempo deste simpático programa.
Mas prometemos voltar!
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O bom
Os quartos
O ótimo
A localização e o pequeno-almoço
O mau
A “vista cidade” do nosso quarto
Um ótimo fim-de-semana, de preferência em sítios como este,
Ela
fotos: 1872 river house
É um lindo e confortável hotel, pena foi a vista.
Olá Casal Mistério!
De fato a cidade do Porto (minha!) está cheia de surpresas a cada recanto! Eu e todos os portuenses estão super orgulhosos do crescimento turístico de qualidade que o Porto demonstrou nos últimos anos! 🙂
Pena tenho eu de não ser turista para encontrar pérolas como esta guest house! Pelas fotos, é incrível! 🙂
Beijinhos! 🙂
https://momentomaravilha.blogspot.pt/