a mais recente novidade de lisboa: um bar com deliciosos petiscos portugueses

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    Antes de mais nada, vamos à apresentação: “Para senhoras, senhoritas, mulheres, meninas, gajas, moças, raparigas, garotas e para todos os outros que gostem delas”. Escusado será dizer que, com esta apresentação, fomos a correr experimentar o mais recente bar de Lisboa: Lulu, “Um pub bonito”, viveu os seus primeiros dias de vida (abriu no mês passado) discreta e pacificamente no centro de Santos.

    Foi isso que nos permitiu lá ir para ouvir boa música (atenção que estamos a falar de DJ, não de um piano de cauda ao canto da sala) e provar os deliciosos petiscos portugueses da ementa. 

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    O ambiente 

    Não espere um ambiente calmo e silencioso para conversar. Aqui há música alta (a minha querida Mulher Mistério, que já não vai para nova, achou a música alta demais), DJ e ambiente animado. É claro que, no meio de tanta gente, há sempre quem se levante sem a máscara na cara. Mas, ao contrário de muitos outros sítios onde temos ido recentemente, aqui os empregados esforçam-se por cumprir as regras: pedem aos clientes para não ficarem de pé a conversar junto às mesas, deixam de servir bebidas alcoólicas às 22h e pedem-lhe para sair às 22h25. 

    Nada disto invalida que o Lulu tenha um óptimo ambiente para ir beber um copo enquanto petisca qualquer coisa e ouve boa música rodeado por uma decoração colorida com toque de art deco. Pode ser que, daqui a uns meses, já possa dançar, mas para já tem de ficar pelos petiscos. E isso não é obrigatoriamente uma má notícia. Porque…

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    …A Ementa… 

    …é deliciosa. Os pratos são perfeitos para partilhar e misturam opções mais típicas, como os tradicionais carapaus alimados, com soluções mais criativas, como um scotch egg de alheira com emulsão de marmelada. Mas, como dizia Jack, o Estripador, vamos por partes.

    Enquanto escolhíamos, pedimos o couvert (€3) que traz um simpático húmus de beterraba, um agradável paté de cogumelos e uns menos interessantes chips pouco estaladiços. 

    O nível melhorou bastante com uns enormes croquetes de borrego (€7 por 3 unidades) servidos com cebola frita por cima e com um delicioso puré de castanha a acompanhar. Além de terem uma crosta crocante irresistível, traziam também um recheio cremoso e saboroso que ligava maravilhosamente com o puré de castanha.

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    Mas já que a minha querida Mulher Mistério abriu uma excepção na sua dieta para introduzir essa maravilha da gastronomia portuguesa que dá pelo nome de croquete, eu não hesitei e abalancei-me para uns ainda mais deliciosos e surpreendentes croquetes de polvo (€7 por 3). Em forma de bolinhas, trazem pequeninos e tenrinhos pedaços de polvo no interior que ligam na perfeição com uma criativa maionese de tinta de choco.

    Nesta fase da noite, já eu me desviava inocentemente dos olhares repreensivos da minha querida Mulher Mistério. E mal Ela sabia que eu tinha pedido discretamente aquela que viria a revelar-se uma das estrelas da noite: o scotch egg (€8). Trata-se de um enorme ovo cozido a baixa temperatura até ficar com a clara bem consistente e a gema ainda cremosa (no meu caso, prefiro-a ainda um bocadinho mais líquida, mas não estava nada mal). Esta maravilha é ainda envolvida numa fina camada de alheira e frita por fora até estalar a cada dentada.

    Escusado será dizer que a combinação de ovo com alheira está entre as melhores invenções da Humanidade. E com uma emulsão doce de marmelada, onde pode ir molhando tudo isto, estamos muito perto da perfeição.

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    A festa continuou com umas criativas espetadas de rosbife (€8). Além de o rosbife vir bem fininho, cozinhado no ponto (suculento, encarnado por dentro, mas sem sangue) e trazer um simpático molho de pimenta verde a acompanhar, é servido numas espetadinhas individuais que são a forma perfeita de apresentar um prato para partilhar em tempos de Covid.

    Com o rosbife chegaram uns carapaus alimados (€8) que tinham tudo aquilo que se pede: peixe suculento, molho cítrico mas não exagerado e um toque surpreendente de aneto fresco por cima.

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    Nesta fase do texto, já sinto a Carolina Patrocínio a revirar os olhos enquanto pergunta aos seus abdominais de tanque de lavar a roupa como é possível comer tanto. Mas eu sou capaz de tudo para provar petiscos diferentes. E quando me falaram de uns mini-waffles cobertos com pato desfiado envolvido num delicioso xarope de mel e rum (€14), não hesitei. Daí até perceber que por cima disto tudo ainda vinham uns ovos de codorniz estrelados, foi um pequeno passo para a balança, um gigante salto para o descalabro.

    Se está surpreendido com a quantidade de comida, já tenho algum pudor de falar do Mini-Wellington (€16). É isso mesmo que está a pensar: um pequeno bife Wellington cozinhado no ponto – com o interior mal passado e suculento – e coberto por uma fina camada de massa folhada que, apesar do modesto nome “mini”, dá para 5 generosas fatias. Eu sei que pode parecer um exagero, mas acredite que fica maravilhoso a acabar um jantar de petiscos variados como este.

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    A única desilusão da noite – sim, ainda houve mais um prato – foram umas french fries de mandioca (€4) que estavam grossas demais e pouco estaladiças. Vinham acompanhadas por um molho de crème fraîche simpático, mas a textura da mandioca estava longe daquilo que eu pretendia.

    No meio disto tudo, ainda havia espaço para…

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    …A sobremesa 

    O problema é que não havia tempo. Às 22h, já nos tinham pedido desculpa, mas não podiam servir mais uma garrafa de vinho porque tinham mesmo de ter o restaurante vazio às 22h30. Às 22h20, achei por bem não pedir uma sobremesa para não ter de a engolir com a mesma velocidade a que o Cristiano Ronaldo corre de uma ponta à outra do campo.

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    O serviço 

    Eu sei que nunca é agradável ter de sair de um restaurante a uma hora certa. Mas, numa altura como esta, é um exemplo de consciência cívica e responsabilidade. No Lulu, os empregados foram sempre simpáticos e atenciosos. Até no momento em que nos pediram desculpa, mas precisavam de fechar. Só é pena que não seja assim em todo o lado. Se fosse, talvez não estivéssemos outra vez com o país a confinar.

     

    O bom 

    O ambiente divertido e descontraído

    O mau 

    Os palitos de mandioca frita

    O óptimo 

    Os petiscos, em especial o scotch egg de alheira, os waffles e a espetado de rosbife

     

    Uns óptimos petiscos para si onde quer que a Lulu esteja,

    Ele

     

    fotos: lulu; casal mistério

     

    Nota: Todas as despesas das visitas efetuadas pelo Casal Mistério a restaurantes, bares e hotéis são 100% suportadas pelo próprio Casal Mistério. Só assim é possível fazer uma crítica absolutamente isenta e imparcial. 

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