a nossa crítica mistério ao BrunchVilla Porto: o bom, o mau e o óptimo!

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    – Boa noite, queria dois copos de vinho tinto reserva, por favor.

    Foi assim que começou a nossa primeira conversa no BrunchVilla Porto. Depois de entregarmos os bilhetes à porta e de darmos uma volta pelo espaço completamente cheio – como dois visitantes anónimos (que, na realidade, é aquilo que mais somos!) –, resolvemos começar com um copo de vinho Adega Mãe para nos inspirar na escolha da comida que nós próprios tínhamos combinado com todos os restaurantes presentes, sempre escondidos atrás de um telefonema feito sem ID de chamada.

    Mas, aquilo que tinha tudo para ser um pedido banal rapidamente se transformou no mais surreal momento da noite. Especialmente, quando a minha querida Mulher Mistério resolveu perguntar:

    – Então e o Casal Mistério anda por aí?

    Em vez ajustar os óculos com um ar enigmático e dar a conversa por terminada em jeito de mistério, o simpático elemento da organização do BrunchVilla Porto resolveu arriscar, sem saber quem nós éramos:

    – Agora não. Já andaram, mas agora não.

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    Como tínhamos acabado de chegar, a minha querida Mulher Mistério sentiu-se empolgada para continuar a aprofundar o tema:

    – Ai foi?! Já cá estiveram? Então e o senhor conhece-os?

    Pergunta irresistível para qualquer alma arrojada…

    – Eu? Sim, por acaso conheço.

    E, com um inconfundível sorriso de vitória estampado no rosto, continuou…

    – Estive com eles no ano passado.

    A partir daqui, foi o descalabro. A minha querida Mulher Mistério entusiasmou-se e não desistiu de o bombardear com perguntas.

    – E como é que eles são? 

    – Muito simpáticos, afáveis. Nada presunçosos.

    Da minha parte, eu só posso agradecer o tão amável retrato da minha própria pessoa. Já a minha querida Mulher Mistério só lamentou o facto de ele não ter sido mais conciso. Teria preferido qualquer coisa do género:

    – Está a ver a Sara Sampaio? Igual à Mulher Mistério!

    Os melhores momentos do BrunchVilla Porto

    Mais de 3.000 visitantes, metade dos horários esgotados, sexto lugar no top de vendas semanal da Ticketline. O BrunchVilla Porto foi um sucesso muitíssimo maior do que alguma vez podíamos ter imaginado. Muito, muito, muito obrigado! Voltámos do Porto comovidos com este carinho enorme. Estamos cada vez mais apaixonados por esta cidade maravilhosa 🥰

    Publicado por Casal Mistério em Segunda-feira, 14 de outubro de 2019

     

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    É assim a nossa relação com a DOT Global, a fantástica empresa que decidiu acreditar que o BrunchVilla podia ser mais do que uma ideia absolutamente tresloucada de duas vozes mistério escondidas atrás de um telefonema anónimo. Aquilo que começou como uma simples ideia, em pouco mais de um ano, transformou-se num evento que já passou pelas duas maiores cidades do país e já juntou cerca de 6 mil pessoas à volta dos melhores restaurantes de brunch de Lisboa e Porto.

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    É para nós delicioso poder passar ao lado dos elementos da DOT como dois visitantes normalíssimos sendo atendidos como qualquer cliente normal. É essa a génese do Casal Mistério. E é isso que nos leva ao ponto mais importante desta crítica mistério.

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    O serviço 

    Eu já aqui escrevi várias vezes que um serviço simpático salva uma refeição, mas nada salva um serviço antipático. E é por isso que fico tão feliz como o Cantinflas quando entro no BrunchVilla e, entre bem mais de 3.000 pessoas, num evento que dura 12 horas por dia, sou recebido por toda a gente com um enorme sorriso na cara, desde o rapaz da entrada às senhoras da limpeza. Nunca estive num sítio, onde a simpatia e o acolhimento fossem tão grandes. Onde se notasse claramente o entusiasmo e o prazer no que estavam a fazer.

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    Em Lisboa, no ano passado, já tinha adorado o serviço no BrunchVilla. Mas, este ano, no Porto, senti-me verdadeiramente em casa. É claro que houve problemas. É claro que estive em filas. É claro que passei por vários momentos de espera. É claro que o serviço, por vezes, demora mais do que nos restaurantes. Mas ninguém – pelo menos, eu não – espera entrar numa feira de brunch e ser servido como se estivesse num restaurante de luxo. Aqui são servidos milhares de menus de brunch e brinner por dia, aqui estão seis cozinhas a funcionar em simultâneo para preparar a comida no momento, acabadinha de fazer, aqui há quase 2 mil pessoas no espaço de cada 24 horas. E é tudo isso que torna o ambiente do BrunchVilla único.

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    O ambiente  

    Além do espaço maravilhoso decorado com dezenas de vasinhos da Aromáticas Vivas – uma casa senhorial deslumbrante, contruída no século XVIII, em cima do rio Douro, com uma vista colossal para Gaia – o que mais me deixa maravilhado no BrunchVilla é que este é um evento de família.

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    Ao longo dos dois dias, recebemos no Cais Novo cerca de 500 crianças. Bebés de colo, miúdos pequenos, rapazes e raparigas adolescentes, tivemos de tudo. E tudo correu maravilhosamente. Enquanto lá estive, vi crianças a correrem, mães a amamentarem, miúdos e animadoras da Hora das Crianças a brincarem com balões, centenas de pais a comerem descansados em família, num ambiente tranquilo e agradável. 

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    Mesmo com mais um dia de chuva pesada no Porto (parece que já faz parte da tradição do BrunchVilla) o evento encheu, tendo esgotado metade dos horários ao longo de dois dias e chegado muito perto disso na outra metade. 

    No sábado, fizemos a nossa primeira visita mistério, incógnitos no meio da multidão, durante o brinner. Chegámos às 18h e saímos às 20h. A música do DJ estava perfeita e agradável e havia várias pessoas que se dividiam entre petiscos, cervejas, vinhos e menus de brinner.

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    O brinner 

    Depois do vinho, nós optámos por experimentar vários elementos de vários restaurantes. Primeiro, começámos com uns petiscos leves: uma fantástica degustação de azeites oferecida pela Oliveira da Serra a todos os visitantes; um bom edamame (€3), do Garden Porto Café, que vinha bem temperado e com uma consistência firme; um muitíssimo surpreendente húmus de pimento assado (da Miss Pavlova), que tem um toque fumado delicioso (€2,50) e uma tomada caseira (também da Miss) que foi uma surpresa: o sabor do tomate não é demasiado intenso e ajuda a abrir o apetite.

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    Ajuda tanto que, quando fui ter com o nosso “velho conhecido” para lhe pedir mais um copo de vinho com o ar menos presunçoso possível, fiz um pequeno desvio pelo caminho até ao cantinho do fumeiro e do queijo para pedir um prato misto (€10). E para testar um bocadinho mais o serviço, pedi à simpática senhora do Minho Fumeiro se podia acrescentar um bocadinho de alheira ao prato misto. 

    – Claro que sim, sem problema.

    Segundo teste…

    – E um bocadinho de queijo?

    – De qual?

    – De todos, pode ser?

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    Preparado para ser mandado de volta para o sítio de onde tinha vindo, comecei a recuar a medo. Mas, para minha surpresa…

    – Você quer um bocadinho de tudo, não é?

    Com algum receio, assumi: – Isso seria perfeito! Pode ser?

    – Eu percebo, é tudo tão bom! 

    E, virando-se para a colega do lado, anunciou:

    – Dá aqui um misto especial a este senhor que ele está cheio de fome!

    Um misto especial é uma pequena pirâmide de todos os deliciosos enchidos e fumados (a alheira e o chouriço preto eram um sonho) disponíveis mais um bocadinho de queijo (só para provar). Tudo isto pelo preço do prato misto normal (€10 – o especial não existia na lista), sem hesitar um segundo em fazer a vontade àquele pequeno devorador ambulante.

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    Como a nossa missão era provar o máximo possível, ainda consegui convencer a minha querida Mulher Mistério a pedir um menu de brinner. Depois de muita negociação, a Miss Dieta lá acedeu a pedir um brinner – mas só o vegan e saudável, trazido pelo Nola Kitchen (€15). Ainda a tentei convencer a acrescentar também um menu do Diplomata ou da Miss Pavlova, mas não tive sorte. E a verdade é que já conhecemos de cor e salteado os pratos de ambos.

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    Ficámos só pelo Nola e não ficámos nada mal. A salada de arroz negro e kale era fresca e saborosa, o guacamole estava fantástico e vinha acompanhado por uns palitos de vegetais frescos (se tivessem vindo mais uns, não teria recusado, mas eu não sou exemplo para ninguém), um bom húmus e uma mousse de chocolate vegan que estava simplesmente deliciosa. Eu, que não sou grande adepto de doces saudáveis, fiquei rendido tanto à textura cremosa da mousse como ao sabor fantástico do cacau. Para acompanhar o café da Dolce Gusto, ainda consegui pedir uma energy ball fantástica (€2,50) e uma Água das Pedras oferecida que, perante este exagero, cai sempre bem.

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    O brunch 

    No domingo, ainda a recuperar do exagero de comida da véspera, fomos a rebolar ao brunch, para a sessão das 14h. Com uma chuvada monumental na rua, achei que ia encontrar um BrunchVilla vazio. Estava cheio. Ainda mais cheio do que na sessão da véspera que estava quase esgotada. Ainda assim, e como cheguei 20 minutos depois do início da sessão, não esperei nada à porta. Mal cheguei, mostrei logo o bilhete (sim, nós compramos bilhete para o nosso próprio evento…) e entrei. Havia ainda algumas filas, tanto para pagar como à espera do pedido.

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    Para tentar variar de restaurantes, e como não conseguia ir a todos, optei por ir para a fila do Noshi e do Garden. No fundo, só não consegui provar nada do Diplomata e do Camélia, o que me deixou à beira da depressão, mas isso resolve-se já com uma nova ida ao Porto para a semana.

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    Como a caixa era a mesma dos dois restaurantes, esperei só uma vez. E foram apenas seis minutos. Paguei, o Multibanco falhou duas vezes antes de aceitar o meu pagamento (não sei se por falta de rede ou por falta de saldo) e dirigi-me à cozinha do Garden. Como percebi que havia algumas pessoas à espera que lhes entregassem os pedidos (é o problema da comida feita na hora, mas parece-me bastante melhor esperar uns minutos do que ter tudo pronto desde a véspera), entreguei um talão à senhora que me atendeu e, enquanto o pedido era preparado, fui para a fila do Noshi para entregar o outro talão.

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    A simpática senhora que me recebeu na caixa (e com quem provavelmente tinha falado anonimamente uns dias antes para combinar a ementa) pediu desculpa porque tinha uma falha no menu base: a sopa de legumes tinha acabado. Estava a vir mais sopa do próprio restaurante, mas ainda podia demorar um bocadinho. E por isso, para que eu não esperasse muito, ofereceu-se para trocar a sopa por um mini-croissant com rúcula, queijo creme e salmão fumado ou por uns nachos com chimichurri de couve portuguesa (ambos no valor de €3,50 mas que ficariam por conta da sopa). Fiz o meu ar mais pesaroso, de quem estava destroçado com tamanha desilusão, enquanto por dentro dava saltos de alegria: entre um mini-croissant com salmão fumado e rúcula e uma sopa de legumes, nunca tive qualquer dúvida sobre o que torna um homem feliz.

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    A espera pelos menus foi o tempo que demorei a ir buscar duas magníficas cervejas artesanais da SuperBock Selecção 1927. Quando voltei, tinha os tabuleiros à minha espera. Demoraram uns cinco a dez minutos para prepararem os pedidos? Demoraram. Mas nunca consegui ir a um restaurante onde não esperasse pelos pedidos. E aqui sempre ocupei o meu tempo a ir buscar as bebidas e a provar a degustação de receitas biológicas que o Lidl ofereceu a todos os visitantes. 

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    Começámos pelo menu do Garden: trazia um iogurte grego com granola caseira e morango; um óptimo ovo Royal Garden com a clara bem consistente e a gema super cremosa, que vinha servido por cima de uma fatia de pão coberta por uma suave pasta de abacate esmagado e umas finas fatias de salmão fumado – a mistura para mim é perfeita –; um taco vegetariano com grão e um brigadeiro que deixei para comer depois do menu do Noshi.

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    E que menu era esse? Um bao que podia ser ligeiramente mais fofinho e que vinha com uma muitíssimo saborosa combinação de frango, rúcula, cebola marinada, pedaços de amendoim crocantes e molho asiático; um ovo estrelado com molho de ostra, malagueta e salsa bem picante, servido por cima de uma cama de rúcula; uma fatia de pão artesanal de fermentação natural para molhar na gema do ovo (hmmm); e ainda um pudim de chia com açaí cremoso, iogurte grego, granola e mel que estava do outro mundo. Isto já seria suficiente para alimentar duas almas famintas, mas… – há sempre um “mas” nas minhas histórias – ainda faltavam três mini-panquecas com mel, coco e um creme de chocolate sem açúcar.

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    E porque é que faltavam?

    Porque, quando fiz o pedido, a massa das panquecas não estava pronta e por isso a senhora perguntou-me se não me importava de as ir buscar depois de terminar o resto do menu. Mais uma vez, aquilo que para uns pode ser uma falha imperdoável, para mim até me deu jeito: em vez de levar tudo para a mesa ao mesmo tempo, consegui comer calmamente o pudim de chia, o ovo e o bao e só depois ir buscar as panquecas quentinhas e acabadas de fazer num momento em que já não estava ninguém ao balcão. Melhor ainda: mais uma vez muito simpática, a senhora ainda se ofereceu para levar as minhas panquecas à mesa para eu não ter de movimentar este meu corpo já com uma certa idade. É claro que fiz questão de ficar e aproveitar para ver o cuidado e atenção com que as panquecas são preparadas.

    Ah, é verdade: estavam deliciosas. A massa é leve, ligeiramente granulada e muito mais saborosa do que a simples massa de farinha. E o creme de chocolate é fabuloso!

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    Antes de sair, ainda passei pela Garfa, a fantástica padaria biológica do Porto que faz um dos mais saborosos pães do país, para levar pão para os desgraçados dos Mini-Misteriosos que ficaram, tristes e abandonados, em Lisboa, obrigados pela mãe tirana a estudar para os testes que começam esta semana. A minha querida Mulher Mistério também foi buscar uns sumos de fruta ao Cantinho da Fruta (e dos sumos, claro!) para as suas crias, enquanto babava a olhar para os gelados da Amorefrato, aos quais resistiu estoicamente. Dieta, a quanto obrigada!

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    E o que a minha querida Ela suspirou à frente desta pavlova da Miss Pavlova?

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    À chegada a casa, tinha uma surpresa à minha espera: não feita pelos meus queridos Filhos Mistério, que estavam arrasados com o destino de estudo, mas preparada por uma incrível leitora do blog que mora no Porto. Como soube que o BrunchVilla ia para a sua cidade, a Sofia fez questão de, não só ir ao evento, como também de pedir à organização para nos entregar uma caixa cheia de magníficos brigadeiros. E outra com macarons. E outra com biscoitos. E outra com bolachas de chocolate. Tudo feito por si para a Arcádia. 

    Com leitores destes, que mais é que um Casal Mistério precisa?

     

    O bom 

    A deliciosa comida, tanto dos restaurantes, como dos cantinhos

    O mau 

    A espera em alguns períodos mais cheios

    O óptimo 

    O incrível ambiente familiar e a imbatível simpatia de todo o serviço

     

    Um óptimo BrunchVilla para si onde quer que o próximo seja,

    Ele

     

    Nota: Todas as despesas das visitas efetuadas pelo Casal Mistério a restaurantes, bares e hotéis são 100% suportadas pelo próprio Casal Mistério. Só assim é possível fazer uma crítica absolutamente isenta e imparcial. Se bem que esta crítica pode ser ligeiramente tendenciosa uma vez que foi feita pelos próprios organizadores do evento 😉

     

    fotos: casal mistério

    2 comentários em “a nossa crítica mistério ao BrunchVilla Porto: o bom, o mau e o óptimo!

    1. São dez da manhã e eu só penso em comida… O que vale é que vou ao Porto no final do mês! O mal, é que vou pouco tempo e não vai dar para ir experimentar estes restaurantes todos… E o drama que vai ser escolher?…

      Parabéns, Casal Mistério! Mais um exemplo da vossa genialidade 😉

    2. Olá, só por curiosidade, ja que a vossa imagem de marca é o serem “incógnitos”, não haverá a possibilidade da Sra. Do fumeiro do Minho, se lembrar do Sr. Que queria um misto avantajado, pq estava com muita fome?
      Será que foram apanhados??….
      🙂

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