Foi um autêntico tsunami aquilo que passou pela zona de restauração do CascaiShopping. No lugar de sítios como o antigo Mesón Andaluz nasceram roulottes de street food, bicicletas penduradas no tecto, caixotes de fruta empilhados no chão, balcões cheios de presuntos, plantas a saírem de todo o lado… Aqui parece que está num mercado de rua, numa feira ou num espaço de tapas… o que quiser… mas nunca na zona de restauração de um centro comercial.
O novo espaço do CascaiShopping chama-se Cascais Kitchen e é provavelmente o espaço mais criativo e agradável que já vi por cá. Abriu na semana passada e eu não consegui esperar muito até me meter no carro e ir até Cascais para almoçar. Infelizmente, a minha querida e prezada Mulher Mistério estava atolada com a sua agenda de compromissos inadiáveis e preferiu ir comprar o 11.º biquíni deste Verão em vez de acompanhar o seu dilecto marido – por isso, levei a minha Mãe Mistério nesta viagem de reconhecimento.
O ambiente
Primeiro, o espaço – há muito e arejado. O conceito está baseado em ilhas de comida que se espalham pela área, o que torna tudo mais agradável. Em vez de as mesas estarem todas seguidas, há vários recantos em que não precisa de estar a ver a timeline do Facebook da senhora do lado enquanto come o seu almoço.
Depois, a decoração – é leve e alegre. Seja por causa das bicicletas penduradas no tecto, seja por causa da madeira clara do chão e das mesas ou das várias zonas verdes, o que interessa é que o sítio é agradável e óptima onda.
Finalmente, a originalidade – que torna este espaço uma surpresa. As carrinhas de street food, estacionadas no meio dos corredores e convertidas em quiosque dos cafés ou numa mini-geladaria com uns waffles irresistíveis e uns brigadeiros muito bem apessoados da Artisani, são maravilhosas e dão-nos a sensação de estar a almoçar numa esplanada no meio da rua em vez de estarmos num food court no meio do shopping.
Agora os pequenos defeitos. Esta zona de restauração é explorada pela mesma empresa que gere o Mercado de Campo de Ourique. E isso tem vantagens – o ambiente descontraído, alegre e original – mas também tem desvantagens: tal como no Mercado de Campo de Ourique, se quiser uma Coca-cola ou um café, tem de ir ao quiosque do lado enquanto equilibra o tabuleiro com a comida a arrefecer numa mão e a garrafa de Coca-cola na outra. Além disso, os tabuleiros são pequenos demais para os pratos, o que também ajuda a tornar a experiência menos prática do que podia ser.
A comida
Para almoçar, tem vários conceitos: o sushi da Tasca Japonesa, que também existe em Campo de Ourique, as carnes da Carniceria ou os peixes e mariscos da Malha. Mas há mais: se quiser uns petiscos, como o brás de alheira, a salada de polvo ou a tábua de queijos e enchidos, pode ir ao Alhos e Bugalhos. Se preferir um risotto ou uma massa, tem o Envolto. E se estiver numa dieta rígida e inflexível como a minha querida Mulher Mistério, tem um restaurante com saladas explorado pela Vitacress.
Eu optei pelo peixe da Malha e estou ligeiramente arrependido, porque os petiscos tinham melhor aspecto. Influenciado pelo ar maravilhoso do bolo do caco de tomate e manjericão em tom cor-de-rosa, pedi o prego de atum mal passado. O bolo do caco é, de facto fantástico: além de saboroso, é ultra macio e absolutamente viciante. Mas o atum não era nada de especial. Em primeiro lugar, veio bem passado quando eu tinha pedido mal; depois, é um bife de atum finíssimo, da grossura de um dedo mindinho do meu filho mais novo, o que o torna seco e sem graça. Nem a salada boa que acompanha ou a cebola confitada e as folhas de rúcula que vêm dentro do bolo do caco conseguem salvar a situação.
A minha querida Mãe Mistério teve um bocadinho mais de sorte do que eu. Pediu um pica-pau de atum que vem com molho de manteiga, alho e cebolinho. Servido numa frigideira em cubos que podiam ser um bocadinho maiores, é saboroso mas ligeiramente temperado demais para o meu gosto.
Como sobremesa, limitei-me a pedir um café na carrinha das bebidas e um bom brigadeiro na carrinha da Artisani – consegui resistir aos gelados e aos waffles, o que já não é mau.
O serviço
Quando chegámos, a empregada estava a contar o dinheiro da caixa. Esperámos um bocadinho e depois fomos bem atendidos: de forma simpática e eficaz. Se o prego de atum não tivesse vindo bem passado, teria sido perfeito.
As crianças
É um óptimo sítio para os miúdos: não só por ser divertido e original, mas também pelo tipo e pela variedade da comida. Também pode sempre ir com eles a qualquer um dos restaurantes da antiga zona da restauração – que se mantém a funcionar – e trazer o tabuleiro para aqui.
O bom
A variedade de comida e o bolo do caco de tomate e manjericão
O mau
O prego de atum fininho demais
O óptimo
A decoração e a originalidade do espaço
Um óptimo almoço para si onde quer que esteja,
Ele
fotos: cascaishopping; casal mistério
Em que parte do Cascaishopping está isso, que eu fui lá e não vi nada?
Olá, Mafalda
De facto, não está muito bem identificado. Fica no piso de cima, onde antes estava o Mesón Andaluz, ao lado do Selfish.
Depois diga-nos o que achou.
Obrigado,
Ele
Boa, agora já sei. Vou lá fazer uma visitinha e relato tudo no meu blog (ah pois, hehe)
Obrigada Ele. Um beijinho!