Imagine um prédio antigo, totalmente restaurado, com um imponente hall de pedra com tetos em arcos, cujas escadas o levam a uma pequena secretária de madeira. Chegou à receção do Alecrim ao Chiado, que abriu portas em outubro do ano passado.
A sensação que tive quando entrámos é que estávamos a invadir a casa de família de alguém de provecta idade. À entrada, por exemplo, um sofá castanho de veludo, já bastante usado, está de frente a duas poltronas de pele e a uma lareira restaurada em tons de azul velho, situada sob uma cabeça empalhada de um animal cuja identidade a minha parca cultura zoológica não conseguiu identificar.
Os quartos
Check in feito, subimos mais um lanço das tais escadas de pedra rumo ao nosso quarto. E no Alecrim ao Chiado os quartos são o melhor cartão de visita: tanto as suites como os quartos duplos são espaçosos e muitíssimo bem decorados. Os tons brancos e claros e os tecidos românticos compõem um cenário agradável e confortável.
O nosso quarto tinha à entrada um cofre antigo recuperado, em tons de verde escuro, a fazer as vezes de um armário. Na parede em frente ao cofre, uma estrutura original em forma de um cabide branco suportava quatro cabides. Debaixo, havia ainda um outro cabide de pé, tipo criado mudo. E ao lado uma cómoda branca de madeira decorava o corredor que dava acesso à casa-de-banho.
Aqui tem garantidamente arrumação para roupa de um mês ou mais. Não lhe falta espaço nem gavetas! Este corredor “super arrumado” situava-se precisamente nas costas da cama, por isso, tínhamos dois acessos ao quarto propriamente dito: pela direita, passando pelo cofre-armário, ou pela esquerda, atravessando a zona da casa-de-banho.
O quarto é grande e cheio de luz, com as paredes pintadas de azul claro e um enorme rodapé branco. O chão é todo em madeira. Tem uma cama de casal confortável com um edredão branco fininho e com duas mantas bejes na borda da cama. A cabeceira é linda de morrer, forrada com um tecido azul e branco, nos tons do quarto. As mesinhas de cabeceira, tal como todo o mobiliário, são brancas.
Em frente à cama estão duas janelas com portadas até ao chão, pintadas de branco, e umas cortinas tipo voiles, também elas… brancas. Entre as janelas, um enorme plasma para quem, como os nossos filhos, não vive sem uma televisão. Encostada a uma das paredes, uma mesa redonda com duas cadeiras brancas estofadas de amarelo estão prontas para o pequeno-almoço. Além disso, há ainda uma mesinha com uma máquina Nespresso e uma chaleira. Na parede oposta, um cadeirão amarelo ladeado por um candeeiro de pé com um abat-jour branco convida a um momento de leitura. Toda a decoração é romântica, simples e despretensiosa.
A casa-de-banho, escondida atrás do tal corredor da entrada, está dividida em três zonas distintas: o duche (alto, espaçoso e bom), o lavatório e o espelho sobre uma prateleira de madeira a meio e, finalmente, a zona da retrete devidamente resguardada por uma porta. As amenities são da marca Rituals e tudo aqui respira requinte e bom gosto.
O pequeno-almoço
O pequeno-almoço foi a grande desilusão. Quando fizemos a reserva, explicaram-nos que o pequeno-almoço seria servido à porta do quarto à hora que pedíssemos. Achei simpático e pedi, claro, para ser servido o mais tarde possível. Quando abrimos a porta, encontrámos duas mesinhas com um tabuleiro em cima. Ainda ensonada, achei, amorosa, que era um tabuleiro para cada um de nós, mas quando olhei com mais atenção, percebi que uma mesa estava à frente da porta do quarto ao lado e a outra mesinha estava ao lado do nosso.
Ora, bolas! Só tínhamos direito a um tabuleiro. E em que é que consistia o dito tabuleiro? Tinha um frasco de leite, um frasco de sumo de laranja natural (muitíssimo bom), um boião com granola, um boião com chocolate em pó, uma compota, um pratinho de manteiga, um iogurte, um prato com 3 morangos cortados em quartos e 6 uvas, um prato com 3 rolinhos de fiambre e 3 fatias de queijo flamengo, e finalmente, um cesto com um pão tipo chapata e um croissant.
Se ficámos com fome? Claro que não. Mas fizemos um exercício diplomático e de contenção para dividirmos o croissant e os parcos ingredientes. Claro que ainda tínhamos chá e café no quarto, por isso não nos podemos queixar. Mas confesso que, num hotel cujo preço por noite é €175, me pareceu manifestamente pouco.
Falta ainda dizer que o Alecrim ao Chiado tem Wi-Fi gratuito, ar condicionado nos quartos e ainda… um Honesty Bar, onde cada hóspede se pode servir de uma bebida. No fim, apenas tem que apontar o que bebeu para que o seu consumo lhe seja cobrado na conta. Situado na rua do Alecrim, a 200 metros do Chiado e a 600 metros do Bairro Alto, a sua localização é imbatível.
O bom
Os quartos
O ótimo
A localização
O mau
O pequeno-almoço XS
Boas férias para quem ainda está de férias e bom quase fim-de-semana para quem já trabalha,
Ela
fotos: alecrim ao chiado e casal mistério
Lindas fotografias,gostei muito!! Parabéns pelas vossas magníficas fotografias!!