” – Bem, eu já cá estava quando fui eleito. Quando fui ao Palácio Apostólico, no dia seguinte, vi que era impressionante, muito amplo. É como um funil, mas ao contrário. A entrada é estreita. E só entra quem tem permissão para entrar. Então fica-se na mão dos colaboradores, perde-se independência. Então saí e disse que ia pensar. Quando passei pelo meu actual apartamento na Casa de Santa Marta, vi a porta aberta. Estava uma senhora lá dentro a fazer a limpeza e perguntei o que era isto. Disse-me que era o apartamento de hóspedes e que estava a limpar porque vinha o Bartolomeu para a minha tomada de posse. Então vi, era um quarto, com casa de banho e um pequeno escritório. E eu pensei ‘papita para el loro’ [batata para o papagaio, uma expressão usada quando algo é perfeitamente adequado].
Quando um tempo depois me perguntaram, numa entrevista, porque é que não tinha ficado no Palácio Apostólico, eu respondi: ‘Por motivos psiquiátricos’. Não tinha aguentado!”
