Está sol, está calor (começam as banalidades!) e o que apetece mesmo é um churrasco. Mas churrasco a uma quinta-feira (dia em que está tudo a trabalhar) e em Março (mês em que à noite ainda está um frio de rachar) é capaz de ser difícil – ou, pelo menos, ligeiramente desconfortável. Por isso é que nós, cá em casa, criámos o churrasco de Inverno (sim, pode não parecer, mas ainda estamos no Inverno). Não só para dias como este, mas também para Dezembro, quando está tudo a comer cozidos à portuguesa e o que nos apetece mesmo é uma boa picanha mal passada.
Este churrasco leva feijão, arroz, farofa, couve mineira, fatias de laranja e – fundamental – picanha. Noutro dia, falarei da farofa frita com bacon, cebola e manteiga, do feijão com carne seca ou do arroz de forno. Mas hoje é dia de picanha. E uma boa picanha merece ser tratada sozinha.
Primeiro, é preciso escolher a carne. E não vá na conversa da picanha da Holanda, da Alemanha ou de França. A boa picanha vem do Uruguai. Pode ser um pouco mais cara, mas é muitíssimo melhor. E isso faz a diferença, para não ter uma carne farinhenta ou pouco suculenta e sem sabor.
Depois de escolhida a carne, pegue num almofariz e junte sal grosso e alho descascado (pelo menos uma cabeça inteira). Esmague tudo com um pilão (peço desculpa, mas não fui eu que inventei o nome) até ficar uma massa de alho. Passe depois um pouco desta massa pela carne e o resto espalhe por cima da gordura até se formar uma fina camada. Enrole a carne em papel prata e leve ao forno pré-aquecido a 180 graus, durante 30 a 40 minutos, com a gordura virada para cima. O tempo varia cosoante gostar da carne mal passada ou não. Se quiser deixar mais tempo a cozinhar, baixe um bocadinho a temperatura para os 160 graus. É durante este período que a gordura vai derreter juntamente com o alho e o sal e escorrer para a carne, deixando-a absorver todos os paladares.
Depois disto, passamos à fase do churrasco: tire a carne do papel prata e volte a colocá-la no forno, com a gordura virada para cima e só com a resistência superior ligada. O objectivo é tostar a gordura durante 10 a 15 minutos.
O resultado é uma picanha prática, rápida, fácil de fazer e sem cheiro a carvão. Não pense que esta receita é uma invenção de um menino de Lisboa que não se quer sujar enquanto cozinha. Esta última parte também é verdade, mas a receita é de um gaúcho que teve de se adaptar à chuva em Portugal. Experimente e depois diga-nos o que achou.
Ingredientes
– 1 naco de picanha
– 1 cabeça de alho
– Sal
Um bom churrasco para si, onde quer que esteja,
Ele
Hummmm!
Adorei.
Obrigado. Experimente e diga-nos como correu…
coitada da picanha anda a ser mt mal tratada, mas sem dúvida a melhor picanha é do uruguai e da argentina