Confesso que fui um bocado arrastada para esta pousada. Tinha espreitado o site e não me pareceu que fosse o meu género de hotel. Mas como tínhamos um jantar por aquelas bandas, perto da Guarda, Ele insistiu em passarmos ali a noite. Por isso, ia muito desconfiada.
Chegámos à meia-noite e meia, podres e cansados, e fomos recebidos por um solícito rececionista encantado por partilhar connosco a história da pousada. Coitado, era o único ser acordado num raio de vários quilómetros, por isso, ficou feliz por poder conversar com alguém sobre o convento. Enquanto nos guiava até ao quarto, passámos pelo hall de entrada, pelo bar, pelos antigos claustros, por duas salas, uma antiga capela, uma imensa escadaria e um corredor interminável. E em cada parede, uma peça, uma janela ou uma obra de arte, todas originais do convento. E cada uma tinha uma história. Nada contra, adoro aprender coisas novas, e o senhor era de facto um amor, mas à meia-noite e meia?! Depois de o GPS nos ter levado por montes e vales sem saída?!
O quarto
Ao fim de uns imensos 15 minutos, lá conseguimos atingir a porta do quarto. Zacarias de seu nome. Todos os quartos do convento de Belmonte têm nomes de padres ou freis. E o nosso Zacarias era enorme, confortável e muito simpático. A cama era grande com um excelente colchão. As almofadas, os lençóis e os edredões eram de um branco imaculado e de um conforto sem igual. Sabem aquelas camas em que apetece atirar-nos para cima e ali ficar horas a fio?
Também as toalhas de banho são boas, grandes e fofas. A casa de banho era enorme, cabia toda a nossa família mais uns primos lá dentro, à vontade. Em cima de uma secretária antiga, uma garrafa (muito gira, toda estilizada) de água da fonte local chamou-me logo a atenção. Além da garrafa ter muita pinta, a água é provavelmente das melhores que provei na vida. Uma cortesia do hotel durante a estadia, mas se quisermos levar para casa são €22. (Eu disse que a garrafa era gira!)
O hotel
Dos quartos às salas, todo o hotel tem uma decoração propositadamente antiquada a fazer lembrar o interior de uma quinta dos nossos avós: em cada canto, deparamo-nos com sofás aparentemente velhos, peças de ferro forjado, móveis que são verdadeiras relíquias, objetos do antigo convento, entre outras preciosidades. Não é propriamente a decoração que escolheria para minha casa mas enquadra-se na perfeição na traça e nos corredores do edifício antigo, que data do século XIII. Mas, ao mesmo tempo, a pousada transmite modernidade e conforto. A zona da piscina, de fundo preto, e com uma vista deslumbrante, é um bom exemplo de como o antigo e o novo se encontram na perfeição por aqui.
O pequeno-almoço
Acordámos mesmo em cima da hora limite do pequeno-almoço. Chegámos tarde e éramos os únicos na imensa sala de jantar do convento. E ao contrário de muitos hotéis (que a essa hora nos olham de lado ou começam a levantar o buffet a uma velocidade estonteante), as empregadas receberam-nos com um enorme sorriso. E com esse mesmo sorriso, foram buscar ovos mexidos acabadinhos de fazer (dos melhores que tenho comido), mais queijo fresco e tudo o que estava em falta. O pequeno-almoço é digno de um hotel de 5 estrelas: além dos ovos e queijos vários, bolos e compotas caseiros, sumos naturais, pão variado, croissants, a lista é infindável. O serviço, tanto aqui como na receção, foi impecável, simpático e atencioso.
Convém esclarecer que o convento de Belmonte pertence à rede das Pousadas de Portugal mas é um franchising, por isso, tem um site próprio e uma estrutura independente. Antes de regressar a Lisboa, ainda tivemos tempo para dar um mergulho na piscina do hotel e aproveitar a paz e o sossego daquela varanda com uma vista deslumbrante sobre o vale do Zêzere e a serra da Estrela. O balanço não pode ter sido mais positivo. Sobretudo para mim que ia com as expetativas baixas. Não há nada melhor do que ser agradavelmente surpreendida. E este hotel conquistou-me, em especial pelo conforto, serviço, simpatia… e pelo preço. Se marcar, como nós, à última hora, paga €104 por noite, com o pequeno-almoço incluído.
O Bom
A recuperação do convento
O Mau
A decoração, apesar de adequada ao conceito, não faz o meu género
O Ótimo
As camas e o pequeno-almoço
Bom fim de semana,
Ela
Não gostar de uma coisa não é o mesmo que a dita seja má….
Gostei imenso da descrição da Pousada, mas no início fiquei expectante do que iria sair daqui,do Convento,pois tive uma situação parecida num Hotel com o nome Casa d´Além. Ainda bem que gostou e o quarto era confortável, pois eu já não posso dizer o mesmo. Gostei mesmo , do que escreveu.
miilay
Pareceu-me ótimo! Acho que vou lá espreitar, um dia destes. Belmonte e arredores agradam-me bastante.
Depois de uma cirurgia recente à coluna o meu marido (também ele vosso leitor) prometeu-me um fim‑de‑semana fora assim que eu seja liberada pelo Neurocirugião…
Aqui está uma boa opção de qualidade a preço acessível!
Obrigada pela partilha! Mais uma opção para a minha lista!
PS. Já agora só um pequeno à parte, se conhecerem alguém que necessite de um Neurocirurgião aconselho o Dr. Rodrigo Garayeb, eu sou paciente dele na CUF Cascais mas sei que dá consultas em outras clínicas. Excelente médico e super simpático!