e a grande desilusão da noite dos óscares é…

    …o Jantar. Não, não estou a falar dos maravilhosos revueltos de tomate, cebolinho e parmesão preparados pela minha querida Mulher Mistério para nos irmos entretendo enquanto assistíamos ao evento, estou a referir-me ao Jantar (com letra maiúscula) de Meryl Streep no filme Um Quente Agosto (August: Osage County, no original), seguramente a mais intensa e bipolar cena do cinema recente. 

    Em 20 minutos de humor e raiva, ironia e sarcasmo, silêncios e gritos, gargalhadas e choros, amor e ódio, compaixão e sadismo, há tudo o que o cinema deve ter. Foram 18 páginas de um guião genial, quase quatro dias de filmagens exemplares e muitas semanas de preparação intensa.  

    Desde o início da rodagem do filme que Meryl Streep insistiu para que os actores vivessem durante todos aqueles meses ao lado uns dos outros e convivessem permanentemente para se parecerem mais com uma família. Streep passou grande parte das 24 horas de cada dia com Margo Martindale, que interpreta a sua irmã, a conversar e a beber copos de vinho para lhe copiar tiques e expressões. Quando começaram as gravações, Margo apercebeu-se de que as duas tinham surpreendentemente uma gargalhada parecida. E depois realizou: “Mas esta é a minha gargalhada! Eu nunca tinha visto a Meryl a rir-se assim”.

    Nas semanas antes da cena do Jantar, os actores juntaram-se em casa de Meryl Streep para treinarem. E, na véspera da gravação, organizaram eles próprios um jantar em casa da actriz, onde afinaram como é que cada um se comportava à mesa em grupo.  

    O resultado é uma das mais memoráveis cenas da história do cinema (que incrivelmente não foi premiada este ano). Tinha de ser uma refeição, claro.

     

     

     

    Bons filmes para si, onde quer que esteja,

    Ele

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