é a última grande invenção do mundo dos doces: vêm aí as tabletes de chocolate cor-de-rosa

    O meu coração acelerou, a temperatura subiu, a respiração descontrolou-se. O meu sistema nervoso central dá-me descargas de tremuras a cada 30 segundos. Estou com suores frios e com um nível de ansiedade igual ao do Jorge Jesus durante um jogo de futebol (especialmente desde que foi para o Sporting).

    Acho que vou continuar assim até conseguir provar a última invenção do mundo da chocolataria: as tabletes de chocolate cor-de-rosa. Sem corantes, sem fruta, sem misturas, sem nada que lhe dê aquele maravilhoso tom cor-de-rosa. É só chocolate. Nada mais. A descoberta foi anunciada na semana passada, em Xangai, por um dos maiores e mais prestigiados fabricantes de chocolate do mundo, a Callebaut, e deverá chegar às lojas rapidamente.

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    Já existiram algumas tentativas de produzir chocolate cor-de-rosa, mas todas elas tinham adição de corantes ou de frutas que modificavam o tom do chocolate. Esta foi a primeira vez que se conseguiu fazer chocolate com um cor-de-rosa 100% natural, sem qualquer modificação genética. Desde que, há mais de 80 anos, a Nestlé descobriu o chocolate branco que não se via nada assim. 

    A descoberta surgiu por acaso quando, há 13 anos, o departamento de pesquisa da Callebaut investigava os grãos de cacau. Foi então que encontraram um grão de cacau especial, originário da Costa do Marfim, do Brasil e do Equador, do qual era possível extrair cacau cor-de-rosa sem aditivos. Durante a última década, os especialistas da Callebaut trabalharam em parceria com cientistas da Universidade Jacobs, na Alemanha, para produzirem um chocolate tão cremoso e tão saboroso como o chocolate preto, o branco ou o de leite.

    As primeiras tabletes foram produzidas em absoluto sigilo e testadas confidencialmente junto de pequenos grupos de consumidores no Reino Unido, nos Estados Unidos, na China e no Japão. O CEO da Callebaut, Antoine de Saint-Affrique, disse ao site da Bloomberg que as reacções “foram muito boas – até na China, o que, no que toca ao chocolate, é pouco habitual”. 

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    Segundo a Callebaut, o chocolate cor-de-rosa não é tão doce como o chocolate de leite e tem um sabor mais suave que mistura uma doçura frutada com um toque amargo. O especialista em chocolate do jornal britânico Telegraph está entre os poucos que já provaram a nova invenção e diz que não ficou deslumbrado com a experiência: “Sabe bastante a chocolate branco com infusão de frutos vermelhos, apesar de a Callebaut insistir que não é nada disso”. No final, deu-lhe 6 pontos (0 a 10) no que diz respeito a amargura.

    Para já, a marca está a começar a trabalhar na produção em massa das primeiras tabletes de chocolate cor-de-rosa para as distribuir pelas lojas de todo o mundo dentro de um prazo de seis a 18 meses.

    Até lá, temos tempo de nos habituar a uma coisa: o fabricante prefere chamar-lhe chocolate rubi em vez de chocolate cor-de-rosa. Parece que tem mais sucesso entre o público mais novo.

     

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    fotos: callebaut; telegraph

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