E cá estou eu, de fato de banho vestido, cabelo ao vento e abdominais ao sol, a pensar na melhor esplanada para acabar esta tarde de domingo. O mais incrível é que não é a primeira vez que isto me acontece este Outono, depois de uma semana de chuva, vento, trovoada e carros-anfíbios a passear pelas ruas de Lisboa.
Da última vez, resolvi o problema rapidamente, com uma morangoska e um brownie numa das esplanadas mais originais da cidade. Onde? Já lá vamos. Primeiro, é melhor conhecer o espaço.
O ambiente
Uma esplanada cercada pelo Mosteiro dos Jerónimos, os jardins da Praça do Império, o rio Tejo e os Pastéis de Belém é no mínimo tentador. Agora se lhe juntarmos uma magnífica sombra feita por umas oliveiras no meio da cidade e um velho eléctrico da Carris, então estamos a falar de um sítio único.
O Eléctrico de Belém é isso mesmo: um sítio único. Dos donos do Banana Café, fica numa das zonas mais bonitas da cidade. É um óptimo local para acabar a tarde, a seguir a uma visita ao CCB, um passeio junto ao rio ou uma tarde cultural nos Jerónimos. Nós fomos lá depois de levar a equipa de futsal em peso a uma exposição – Ela acredita que três exposições por ano é o mínimo aceitável para não transformar as crianças em potenciais concorrentes ao Big Brother.
E foi uma ótima maneira de acabar o dia. Não estava tanto calor como hoje, mas estava agradável. Como a esplanada fica num pequeno jardim de oliveiras, ligeiramente afastada da confusão habitual do CCB e dos Pastéis de Belém, é um sítio tranquilo. E depois tem a graça do eléctrico e das magníficas ilustrações de Luís Levy Lima que decoram as mesas da esplanada. Todo o café fica dentro deste antigo eléctrico da Carris que estava há anos estacionado ali. É neste espaço, transformado em cozinha e bar, que se preparam…
A ementa
…óptimas torradas, deliciosas tostas, fantásticos smoothies e magníficas saladas. Se preparar um brunch de manhã em casa, vale a pena fazer aqui um almoço leve de saladas a meio da tarde. Se não, passe pelo eléctrico ao fim do dia para lanchar. Foi o que nós fizemos. As crianças deliciaram-se com uma tosta mista e uma torrada (são tão grandes que cada uma dá perfeitamente para dois) e nós atirámo-nos ao brownie que quase provocou uma crise familiar. Ela achou que sabia um pouco a Nesquik, eu adorei.
Onde Ela viu Nesquik, eu vi cacau. O bolo é pouco doce (o que o torna ainda menos enjoativo) e vem com nozes (o que o torna surpreendente). Além disso, é mole e fofinho (ah, que palavra tão quiducha!).
As bebidas
Para acompanhar, as crianças beberam smoothies e sumos naturais. Eu pedi uma morangoska. Feita com morangos desfeitos no momento, leva ainda lima esmagada, o que corta o doce excessivo da fruta quando misturada com o açúcar. Tal como o brownie, não é tão doce como o habitual, mas é maravilhosa e pouco enjoativa. Além disso, apesar de estarmos num sítio descontraído, há um detalhe fundamental: a morangoska é servida num copo de vidro. E um detalhe essencial: o copo de vidro é gigante.
O serviço