fomos jantar ao novo el tomate e comemos um delicioso naco de vitela (mas há mais…)

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    Não sei o que é que se passa comigo: esta semana pareço o Speedy González da comida. Eu, que adoro sentar-me em slow motion, a saborear uma boa refeição à mesa, passei esta semana por dois restaurantes com a mesma velocidade com que os locutores de rádio lêem as letras pequeninas do rodapé dos anúncios a bancos. Primeiro foi um prego a despachar na Cervejaria da Esquina entre uma reunião chata e uma chata numa reunião. Depois foi este jantar quase às onze da noite no maravilhoso El Tomate, no Príncipe Real, de que já tínhamos falado aqui. Mas, desta vez, a culpa não foi de nenhuma reunião.

     

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    O serviço 

    Mal entrei no restaurante, pouco antes das onze, fui avisado:

    – Boa noite, a cozinha fecha daqui a 15 minutos.

    Não sei que ideia estapafúrdia foi a minha quando me convenci de que o horário no site haveria de estar certo: de domingo a quinta, das 12h30 às 00h00. É claro que não. Onde eu via uma interpretação literal, a gerência via uma interpretação habitual: o restaurante está aberto até à meia-noite, mas a cozinha fecha às 23h.

    Remeti-me à minha insignificância cronológica e entrei rapidamente para pedir, com um dos poucos amigos que fazem o favor de partilhar o segredo do Casal Mistério como se de os códigos da bomba atómica se tratasse.

    Apesar da pressa, e além de (evidentemente) se mostrarem rápidos, os empregados foram sempre simpáticos. Para mais, e como o restaurante estava longe de estar cheio, havia vários empregados para a nossa mesa. Devo confessar que cronometrei – e nunca fiquei mais de um minuto à espera que me trouxessem uma imperial.

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    A ementa 

    O couvert

    Como? Perdão? Couvert? Quando me lembrei de perguntar se tinham qualquer coisa para ir comendo… chegou a entrada.

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    As entradas

    Admito que estava dividido entre a vontade deglutidora de provar os choquinhos com molho tártaro e a bruschetta de bacalhau, e o bom senso de comer alguma coisa coisa ligeiramente mais leve. Perante a hora a que jantávamos e o facto de acordar no dia seguinte às 7h da manhã, optei pelo impensável: não pedir entradas. 

    O meu parceiro de refeição tardia, senhor de um bom senso inabalável e de uma sensibilidade gastronómica ao nível da Maria de Lourdes Modesto, pediu uma óptima sopa do mercado (€2,40), feita de legumes, não muito grossa mas suficientemente cremosa.

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    Os pratos principais

    A seguir, ele manteve o rumo detox, e escolheu uma óptima salada ses bosques (€7,30), feita com uma mistura de alfaces, rúcula, salmão, manga, cebolinho, um molho chili e um fio de azeite de limão.

    Eu desviei-me da virtude light e pedi um delicioso naco de vitela à El Tomate (€14,50) muito mal passado e acompanhado com três molhos separados. A carne estava tão saborosa que não precisa de molhos nenhuns, mas tem um único problema: não traz acompanhamento. Pior: se quiser pedir um acompanhamento à parte, só há batatas fritas (€1,50); não há uma salada mista ou uns legumes salteados. Optei por deixar-me ficar sossegado apenas com o naco e fui roubando discretamente alguns bocadinhos da salada ses bosques da frente.

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    A cerveja

    A acompanhar, está lá a fantástica imperial Estrella Damm (€1,50), que eu pedi, e outras variações da mesma marca espanhola, como o Rolls Royce das cervejas, a Inedit Ferran Adriá (€9,50 por uma garrafa de 75 cl), criada pelo chef catalão em colaboração com os dois sommeliers do El Bulli, Ferran Centelles e David Seijas. (Hoje em dia, já encontra a Inedit à venda em supermercados como o Continente.)

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    O ambiente

    O candeeiro feito com garrafas de vinho vazias é o melhor resumo do que é a decoração do El Tomate: surpreendente e arejada. A iluminação é óptima, clara e alegre; as paredes e porta em vidro para a rua dão profundidade a um espaço pequeno; as flores e cadeiras às cores dão-lhe vida; e os pormenores fazem a diferença: por exemplo, o naco vem servido numa tábua de madeira clara.

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    As crianças

    Não há um menu infantil, mas a comida é agradável para os miúdos: sanduíches, tostas, saladas e petiscos. No entanto, o espaço não é grande e, à noite, o Príncipe Real não é um filme aconselhável a menores de 10 anos. Por outro lado, vir aqui almoçar ao fim-de-semana em família é o melhor que lhes pode dar.

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    O bom 

    O naco à El Tomate

    O mau 

    Só ter batatas fritas para acompanhar

    O óptimo 

    A decoração

     

    Boas tomatadas para si onde quer que esteja,

    Ele

     

    2 comentários em “fomos jantar ao novo el tomate e comemos um delicioso naco de vitela (mas há mais…)

    1. Não sei há quanto tempo têm o blog… (enquanto escrevia isto fui ver, desde 2013…) só conheci o blog há um par de meses, e cada vez que cá venho sinto que andei este tempo todo a perder “o último copo de água do deserto”.

      Vocês são mesmo geniais, desde a vossa avaliação dos espaços, ao enquadramento das receitas que vão postando, a pequenas histórias que partilham.

      Estranhamente tive conhecimento do vosso blog num outro blog pavoroso, mas lá está há males que vêm por bem.

      Obrigada Mr.Ele&Mrs.Ela

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