…ainda estou em choque! Respondam-me só a uma dúvida que me anda a atormentar o espírito: o que é que se passa com aquele que era um dos melhores restaurantes de fast food do país?
Ponto prévio: durante vários meses, logo a seguir a ter aberto o primeiro restaurante Prego Gourmet, comi o delicioso prego de salmão no prato três dias em cada cinco de trabalho. Fiz esta loucura durante muitas semanas, porque o salmão era, de facto, alguma coisa de extraordinário: muito bem servido (duas enormes postas) e muitíssimo bem cozinhado (tostado por fora e mal passado por dentro).
Agora regressei ao Prego Gourmet a salivar de expectativa, mal vi o anúncio do novo prego de atum, e, depois de acabar de comer, sinto-me como se a Corporação de Bombeiros Voluntários de Castanheira do Ribatejo me tivesse despejado um infindável Ice Bucket Challenge por cima da minha frágil cabeça.
A ementa
Para começar, o atum tem a grossura de uma sola de Paez. Não é fininho, parece uma folha de cartolina. E isso levanta alguns problemas. Primeiro, enche-nos a alma de desgosto, especialmente se compararmos estas raquíticas fatias de atum com as badochas fatias de salmão que me habituei a comer ali no início. Depois, enche-nos a boca de secura: é evidente que uma fatia daquela grossura nunca pode ficar mal passada – com aquela espessura, mal toca na chapa já está a secar o lado que ficou por cima.
Se contava com o acompanhamento para me salvar desta mini-tragédia, perdi logo qualquer esperança: quando vi a cenoura e o aipo com molho blue cheese que foi colocado no meu prato, percebi que os generosos palitos que outrora constavam do menu agora se tinham transformado em quase transparentes e finíssimas lascas (especialmente o aipo).
Salvou-se o molho de manteiga de alho que vem por cima do atum e que ajuda a humedecer ligeiramente o animal. E o novo esparregado, que estava saboroso e com uma consistência no ponto.
Mas o choque maior só chegou no fim. Quando tirei a carteira para pagar a conta, os meus olhos começaram a girar em remoinho. Por um prego de atum no prato e uma coca-cola com gelo e limão paguei a muito pouco módica quantia de €12,65, o que fica a 34 cêntimos de comprar um quilo inteiro de altos e suculentos lombos de atum no Continente online.
O serviço
Aqui não houve nada a apontar. Para um fast food que estava cheio de gente, o empregado da caixa até foi bastante simpático.
O ambiente
Um shopping é sempre um shopping. Então quando a comida é cara e má, ainda custa mais.
O bom
O esparregado
O mau
O aipo cortado demasiado fino
O péssimo
O atum fino e seco
Eu quero o meu bom Prego Gourmet de volta, onde quer que ele esteja,
Ele
Descobri o blog agora , é bom e bem cuidado , coisa profissional diria.
Mas agora este post começando por dizer “um dos melhores restaurantes de fast food do país?” em parte alguma e lado algum há um bom restaurante fast food!! Restaurante é uma coisa, fast food… outra. 🙂
Abraços e bons posts
Quando a clientela aumenta a qualidade diminui???
O que há mesmo é gente que julga ser necessário apenas colocar o nome. Ainda veremos nascer uma cadeia assim:
By Maria with Carlota over Carlos and Manel and on and on…
Ou seja “meter” nome é diferente de sucesso.
Mas é algo que abunda na restauração…
Quase tão mau como o Honorato, pelo que leio….
Trabalhei no Prego Gourmet, dei as boa vindas às postas de atum que tanto ouvia falar, a primeira vez que peguei numa posta, a melhor posta de sempre devo dizer, de uma espessura perfeita e a cor mais vivida, coloquei na grelha.Sabia lá eu que atum não é a mesma coisa que salmão…
As postas de atum para além de terem de ser muito bem escolhidas pois existem diferenças em servir no prato, e servir no pão
Têm um cuidado muito especial, devem ser viradas na grelha de 2 em 2 minutos, assim que a superfície transparecer as 3 linhas da grelha num tom acastanhado, o atum está pronto a ser servido!
O problema não esta no atum, na ideia, ou no homem por traz da mesma, o meu caro David Igrejas. A ideia foi sensacional, o problema está, que as pessoas a trabalhar no Prego Gourmet não são formadas para ter noções de que cada carne, desde o salmão, à alcatra e ao lombo bovino, e acabando no atum, têm todos cuidados, atenções e formas de preparação completamente distintos.
Nisto, os trabalhadores tratam da carne como se viesse de um só animal, sei lá uma vacóporcofrangosalmatum?
A verdadeira critica está na empresa que fornece as postas de atum e nos empregados que nada fazem para melhorar a condição em que as mesmas chegam ao restaurante.
Restauração? O fastfood é restauração, e o serviço que o mesmo fornece terá de ser sempre tão bom quanto o serviço de um verdadeiro restaurante "Gourmet".
Vanessa Ross-Russell