funky, uma sugestão para ir abanar o capacete hoje à noite

    Ainda não percebi bem se tenho idade para isto ou não. Mas como não conto partilhar convosco a minha data de nascimento, nem a minha profissão, nem a minha morada e muito menos o meu nome, o melhor é deixar a conversa por aqui. De qualquer forma, sempre que entro numa discoteca e acho que a música está um bocadinho a atirar para o alta demais, começo a pensar se tenho idade para isto. E foi exactamente isso que pensei no fim-de-semana passado no Funky, “o bar/nightclub mais cool de Lisboa”. Como tinha visto a página do bar no Facebook e conseguido incrivelmente juntar sozinho todas as palavras que lá estavam escritas, formei uma ideia nesta cabeça que está para o universo da inteligência como o Chipre está para a União Europeia: vamos a um bar, com cadeiras, mesas, um ambiente simpático e música cool em fundo. 

    O Funky, de facto, tem um bar, tem cadeiras, tem mesas, tem um ambiente muito simpático, mas não tem música cool em fundo – tem música disco em cima de nós. Pelo menos, para alguém com uma provecta idade como a minha. De resto, o espaço é magnífico: a decoração é vintage e acolhedora, os empregados são prestáveis e simpáticos e o dono é o Hernâni Miguel, que é o mesmo que dizer um dos mais antigos homens da noite do Bairro Alto, onde tinha o famoso Targus. Tal como os outros empregados, Hernâni sorri para os clientes, confirma se já foram atendidos e assegura que tudo está a correr bem. Frequentado por publicitários, jornalistas, escritores e todo o género de pessoas que costumava ir ao Targus, o Funky está dividido em zona de bar, onde pode ficar sentado a conversar, e zona de dança, onde pode ouvir DJs ou concertos ao vivo. 

    Problema grave: o gin tónico. Apesar de toda a disponibilidade e boa vontade do barman, não se consegue fazer um gin decente com água tónica Snappy (não tenho bem a certeza se a marca era mesmo esta, mas se não era estava lá perto). Além de ser doce demais, não joga com nada – é mais refrigerante do que tónica. E como eu não pretendo beber um sumo de gin, para a próxima prefiro passar. Nem os copos em balão, nem as folhas de coentros, nem as cascas de limão cuidadosamente cortadas e espremidas para nós conseguem fazer esquecer aquela água tónica que ainda hoje me persegue o paladar. É mau demais para ser verdade. E não joga com o preço: um gin Bombay corrente com uma água tónica destas por 9 euros???

    Da próxima vez, experimento a imperial. Aí não há hipótese de falhar, pois não?

     

    O bom 

    A decoração e o ambiente

    O mau 

    O volume excessivo da música na zona do bar

    O péssimo 

    A água tónica

     

    Uma boa abanadela de capacete para si, onde quer que esteja,

    Ele

    3 comentários em “funky, uma sugestão para ir abanar o capacete hoje à noite

    1. Ele, não é a idade, não.
      Parece-me que nos dias que correm já não há grande diferença entre um bar e uma discoteca, no que respeita ao som.
      Nos poucos bares que raramente vou, perco a paciência, fico farta do ambiente porque não consigo falar com as pessoas que estão comigo e/ou fico sem voz…porque nesses bares é permitido fumar.
      Quanto às bebidas e porque não aprecio bebidas alcoólicas, fico-me pela coca-cola, com pouquíssimo gelo.
      Ah! Eu adoro abanar o capacete, mas estou tão esquisita com os ambientes que prefiro ficar por casa.
      Estou velha,

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