herdade da cortesia, onde o pequeno-almoço é servido à hora que lhe apetecer

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    Finalmente chegou o dia por que suspirávamos há meses. Uma mísera noite a sós num hotel, em pleno Alentejo, sem crianças, só para dormir, descansar e, claro, comer (só um bocadinho). Depois de distribuirmos a nossa equipa de futsal pelos avós e pelos irmãos, lá partimos rumo à Herdade da Cortesia, em Avis, um hotel que queria experimentar desde que abriu em 2009 mas que ainda não tínhamos conseguido marcar dada a logística familiar. A expectativa era, por isso, enorme. Não é difícil descobrir o portão que dá acesso à herdade mesmo junto à vila alentejana.

     

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    O hotel

    Entrámos por um caminho cuidado e arrumámos no estacionamento em frente ao hotel. À chegada fomos recebidos por duas simpáticas rececionistas que nos ofereceram um enorme sorriso e um delicioso sumo de lima com gengibre. Explicaram-nos, com visível orgulho, que o restaurante serve até às onze e meia/meia-noite, por isso, poderíamos estar à vontade com o horário do jantar. Além disso, no dia seguinte, teríamos late check out e o pequeno-almoço seria servido à hora que quiséssemos. A qualquer hora do dia. Pronto. Fiquei imediatamente rendida.

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    A receção é espaçosa, bem decorada e quente. Do lado oposto à porta de entrada, vê-se uma sala exterior com uma convidativa lareira, criando um recanto muito agradável com dois sofás. Aquela tarde estava especialmente fria, só mesmo os mais resistentes conseguiam aguentar as baixas temperaturas lá fora. A lareira é simpática e muito gira mas não chega para aquecer o ambiente no rigor do inverno. Por isso, optámos por explorar os interiores. Moderno e elegante, o hotel surpreende pela originalidade da sua arquitetura e os tons quentes da decoração em plena paisagem alentejana.

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    “Tudo começou com o remo”, explicava Luís, um dos sócios do hotel, revelando a uma hóspede convidada para conhecer a Cortesia que foi atleta de alta competição e entrou em nove campeonatos do mundo. O tom de voz era de tal maneira singular que eu não resisti a levantar a cabeça do meu livro. Relações públicas nato, falou, falou sobre a história do hotel e da imensa coincidência de conhecerem imensos tios em comum. O máximo.

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    Se imagina um hotel cosy e sossegado como muitos turismos rurais que estão espalhados por esse Portugal fora, a Cortesia é bem diferente. Parece um hotel de massas sem o ser. É tranquilo e agitado ao mesmo tempo. O facto de receber atletas de remo de alta competição para fazer estágios ajuda a animar o ambiente. O hotel tem vida e é vivido. Nos corredores, corre o risco de tropeçar em caixas de barras energéticas e equipamento de remo, e de se cruzar com atletas nórdicos (não é necessariamente mau, passou cada exemplar por mim que nem vos conto!) de fato de treino (isso é que se dispensa) com meia branca e chanato, às gargalhadas numa língua incompreensível. Mas ao mesmo tempo, tem recantos com oliveiras, terraços recatados onde se pode ler um bom livro enquanto se bebe um excelente gin. Eu, para abrir as hostilidades, pedi um G’ Vine com uvas que estava divinal, já Ele adormeceu ferrado sobre um Magellan com laranja e canela.

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    Da receção nascem os três corredores que dão acesso aos 30 quartos. E aqui senti o único problema de construção do hotel: o chão dos corredores dos quartos parece um pladur alcatifado o que dá a estranha sensação que caminhamos sobre um estrado. Resultado: os nossos passos faziam um barulho infernal. Eu bem que tentei andar com pezinhos de lã para não acordar os atletas musculados mas não me parece que tenha sido bem sucedida, porque a sonorização das paredes dos quartos também não é brilhante. Digamos que acordei a achar que estava algures na Escandinávia, tal foi o nível de decibéis dos nossos amigos nórdicos pela manhã. 

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    Os quartos

    O nosso quarto era espaçoso e muito bem decorado. Uma enorme janela do chão ao teto dá acesso a uma varanda com vista para uma paisagem tipicamente alentejana e para a barragem. A cama era grande e confortável, com uns lençóis e édredons imaculados, e ao lado da minha mesinha de cabeceira uma imponente oliveira erguia-se de um vaso. Aos pés da cama uma secretária enorme provocou uma certa inveja n’ Ele, que adorava ter uma igual lá em casa. A casa de banho também é espaçosa, com banheira, e com as paredes a ferver (literalmente, porque os ladrilhos verdes escondem painéis de calor). Os produtos de higiene são Occitane, uma marca que eu adoro. O único defeito dos quartos é não terem wifi. Só há nas zonas comuns.

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    O pequeno-almoço

    O pequeno-almoço é provavelmente o melhor cartão de visita do hotel, além da barragem mesmo ali ao lado. O facto de ser servido a qualquer hora demonstra um cuidado e uma atenção raríssimos para com os hóspedes, além de uma capacidade de reação da cozinha fantástica. No nosso caso, por exemplo, tomámos o pequeno-almoço às 12h30 e, ao mesmo tempo, ao fundo da sala de jantar, estava a ser servido o buffet para os remadores profissionais. Confuso? Nem pensar. O serviço foi super atencioso e completo. Tínhamos a mesa pronta, à nossa espera, e fomos recebidos com um enorme sorriso enquanto nos perguntavam se queríamos ovos ou outro pedido especial.

    E que tal é o pequeno-almoço? Ótimo, escusado será dizer que se transformou rapidamente num brunch: quatro variedades de pães à nossa escolha: mini croissants deliciosos, pão alentejano, pão de sementes e chapatas. Depois a desgraça para a minha dieta: três tipos de doces, uma variedade imensa de frutos secos, sumo de laranja natural fresquíssimo, sumo de maçã, queijos flamengo e alentejano, fiambre normal e light, presunto e bacon, fruta, diversos cereais, ovos feitos no momento (eu pedi mexidos, Ele pediu quentes, estavam perfeitos), e claro, cafés expresso.

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    Antes de partirmos ainda demos um passeio pela herdade para tentar abater as calorias do pequeno-almoço. E é impossível não parar na deslumbrante piscina de borda infinita de onde não apetece sair nem mesmo no inverno. O ambiente à volta é de uma tranquilidade que só o Alentejo consegue ter. O caminho até à barragem é curto e faz-se muito bem. Antes de chegar ao lago propriamente dito, se for fã de ginásio, não vai querer perder o da Herdade da Cortesia. Situado numa elevação de terreno, é uma estrutra moderna e clean com uma vista deslumbrante. Até eu, que odeio ginásios, fiquei com vontade de exercitar os abdominais, mas infelizmente, já era tarde, e tínhamos que voltar a Lisboa.

     

    Leia também:

     

    O bom

    O quarto e os gin tónicos

    O mau

    O chão dos corredores que dão acesso aos quartos

    O ótimo

    O pequeno-almoço fora de horas

     

    Um ótimo fim-de-semana,

    Ela

     

    fotos: herdade da cortesia

    9 comentários em “herdade da cortesia, onde o pequeno-almoço é servido à hora que lhe apetecer

    1. Estive há 2 anos na HC e gostei imenso! A piscina é fantástica de verão e o pequeno-almoço também! O “Pior”, na altura, foi mesmo o ginásio que nem sequer tinha “uma mísera passadeira”: só máquinas de remo.
      Diria que para ser “perfeito”, falta apenas um local de relaxe “invernal”, spa/piscina interior. Joana (https://camomilalimao.blogspot.com)

    2. Este é, caro senhor ou senhora, um comentário extremamente deselegante e azedo, que o transmitem como alguém arrogante e amargo – características tipicas dos pobres de espírito e com falta de autoconfiança. Deixo-lhe a sugestão de procurar terapias de cura espiritual e emocional, que o/a ajudem a viver a vida com mais amor e alegria.
      Boa sorte, cpts.

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