Foi uma promessa cumprida. Já cá tínhamos estado há uns anos e prometemos que iriamos voltar. Prometemos e cumprimos, só que desta vez fomos sem crianças. Lembrávamo-nos de que era um monte alentejano com cores fortes, entre o cor de laranja e a cor de tijolo, que se destacava no meio dos tons verdes e castanhos que caracterizam a típica paisagem alentejana. Lembrávamo-nos da encantadora piscina sem borda, com a água a cair para o prado, e lembrávamo-nos dos simpáticos anfitriões.
O hotel
Anos depois, chegámos a este incrível turismo rural, situado a uma curta distância do Cercal, no sudoeste alentejano, com uma enorme expectativa. Será que o Reguenguinho continua igual? Será que vamos gostar tanto como da primeira vez? Fomos recebidos pela dona. Com um sorriso simpático, uma voz suave e um olhar doce, é impossível não se gostar dela à primeira vista. Fez-nos uma visita guiada, com um nítido orgulho de tudo o que construiu com o marido. Percebe-se que não está minimamente arrependida de ter decidido abandonar uma vida stressante em Lisboa para se dedicar a construir o seu próprio chill out no Alentejo e partilhá-lo com estranhos. Depois de nos receber, a proprietária desapareceu e só voltámos a vê-la no check out. A forma como nos deixa totalmente à vontade na sua própria casa não é assim tão comum.
A casa principal tem uma sala de estar, uma sala de leitura que mais parece um pequeno pátio marroquino, uma sala de jantar e uma cozinha (onde pode pedir qualquer coisa ligeira para comer durante o dia, mas onde a única refeição servida é o pequeno-almoço). Do lado de fora, há um alpendre, um terraço e a tal infinity pool, com uma vista fantástica para a planície. A decoração dos espaços comuns, e da maioria dos quartos também, é rústica e moderna ao mesmo tempo, onde predominam os detalhes étnicos com uma forte inspiração marroquina e cores vivas, tal como no exterior. Ele, por exemplo, ficou especado a apreciar a coleção de Action Figures do proprietário que enchiam um armário da sala de jantar. Balanças antigas e outros pormenores deliciosos carregados de história compõem a decoração da casa onde os detalhes fazem mesmo a diferença.
Os quartos
O quarto onde ficámos é uma das duas palafitas que estão separadas cerca de 300 m da casa principal. Estão suspensas em estacas, o que lhes dá uma vista totalmente surpreendente da paisagem à frente.
Com cerca de 40 m2, o quarto tem espaço de sobra e uma luz impressionante já que as paredes da frente e da direita são totalmente em vidro, para poder aproveitar melhor a vista deslumbrante para o campo. Quando entrámos, íamos assando com o calor que ali estava, um problema que só se consegue resolver com o ar condicionado ligado. A decoração das palafitas é mais moderna e minimalista do que a da casa principal. Em tons de branco e castanho, tem aos pés da cama uma banheira no chão rodeada de pedras e velas, a apelar ao romantismo. A casa de banho, situada atrás da cama, é espaçosa e decorada em tons de castanho e preto, com uma das paredes azul.
O quarto tem ainda uma secretária pequena sob uma TV LCD e uma chaise longue em pele castanha mas um bocadinho ratada e velha, um problema que também se nota na banheira aos pés da cama. À frente, uma apetecível varanda em madeira com um duche exterior e duas espreguiçadeiras (sem colchão, o que é pena) de um lado e uma mesa com duas cadeiras em madeira, do outro. O quarto tem ainda um closet, microondas e um mini-frigorífico.
Passámos uma noite de sonho, a aproveitar o silêncio à nossa volta e os sons da natureza. Para não acordar com os primeiros raios de sol, corremos as enormes e pesadas cortinas que escurecem o quarto. A única janela que não se consegue tapar totalmente é uma pequena janela rectangular junto ao teto do lado esquerdo. Resultado: entra um pouco de luz. Mesmo assim, acordámos ao meio-dia. E em vez do pequeno-almoço, tomámos um brunch.
O pequeno-almoço
Tudo é zen neste monte alentejano. Do ambiente aos horários. E quando me dizem que o pequeno-almoço é à hora que nós quisermos, abro um sorriso quase tão grande como o do Joker. Além de uma empregada simpática e solícita, esperava-nos uma mesa com um cesto de pão alentejano e um pão com uma massa de croissant, manteiga, paio, queijo, fiambre, queijo fresco, marmelada caseira e mel. Três doces caseiros: tomate, ameixa e maçã, os óbvios leite, café e chá, salada de frutas, bolo de noz caseiro, iogurtes naturais e cereais. Não resisti a experimentar os sumos de laranja e melancia naturais, que estavam divinais. E quando a empregada trouxe para a mesa umas panquecas acabadas de fazer, fiquei sem ar. Que maravilha…
– Quer ovos?
Obrigada. Mas nem eu consigo mais.
Dali arrastámo-nos para a piscina e aproveitámos o calor, o sossego e a ausência de crianças para ler, ler e ler… E foi assim durante toda a estadia. Só nos levantámos, muito contrariados, no último dia para nos metermos no carro e regressar a Lisboa.
O bom
A piscina e os recantos ao lado
O mau
A chaise longue e a banheira delabrés no quarto
O ótimo
A vista e a tranquilidade da palafita e a ausência de horários para o pequeno-almoço
Boas férias se for o caso e bons sonhos se estiver a trabalhar,
Ela
fotos: herdade do reguenguinho e casal mistério
Este paraíso foi uma das propostas da KIKI no Pragramad’Elas # 2 https://3pontosdevista.blogs.sapo.pt/pro gramadelas-2-11590
Concordo com tudo o que descrevem! Um paraíso no Alentejo!
Para lá de maravilhoso, é onde passo férias todos os anos e foi no Reguenguinho que me casei! =) edding-dinner.html
Algumas fotos incriveis: https://conceptbydri.blogspot.pt/2015/08/w
Dri =)*
Onde se alimentaram?
Olá, Teresa
Já conhece o restaurante A Choupana, na praia do Farol?
Tem uma esplanada deliciosa, mesmo em frente ao mar, e serve um óptimo peixe grelhado. Não deixe de experimentar também a tarte de figo, alfarroba e amêndoa que é maravilhosa 😉
Boas férias!
Ele