Quarta-feira para mim é o dia da nostalgia. Quando nos recostamos na cadeira do escritório e pensamos na vida. Quando olhamos para trás e ponderamos o que já conseguimos conquistar e o que ainda nos falta alcançar. Hoje tive um dia assim e cheguei a uma conclusão profunda que gostaria de partilhar nostalgicamente convosco: falta-me alcançar um lombo de vitela maronesa. É uma vitela de uma raça especial, tratada de uma forma especial e sujeita a cuidados especiais. Ao pensar na maronesa, pensei comovido no restaurante O Talho (sobre o qual já escrevemos), nas carnes tenrinhas, nas conversas profundas que poderíamos ter à mesa (eu e o lombo) e, quando senti a primeira lágrima a escorrer-me pela bochecha rechonchuda abaixo, já estava à porta do número 1B da rua Carlos Testa em Lisboa (que raio de nome para uma rua!). Não para jantar. Mas para ir às compras. Entrei discretamente. Vi o chef pelo canto do meu olho azul. E, qual pedinte, implorei por dois pequenos nacos. Entregaram-me a carne, eu entreguei quase 30 euros. É caro? É. Vale a pena? Um dia não são dias. E 700 gramas de carne bem aproveitadinhos dão para três refeições: duas para mim e uma para Ela.
Passada a fase mais dífícil – a da carteira – chega o que é simples – a preparação. E com um naco de lombo de vitela maronesa não é preciso inventar. Comece por passar o naco por uma frigideira bem quente com um fio de óleo para selar a carne de todos os lados. É importante fazer isto com óleo e não com azeite porque o azeite queima a uma temperatura mais baixa do que o óleo. Com a carne dourada de todos os lados e sem lhe espetar qualquer garfo, vai conseguir reter os líquidos e os sabores durante o processo de cozedura no forno. Tempera então o naco com sal e alho picado e coloca-o no forno a 150 graus durante 15 minutos. Enquanto isso, prepara o acompanhamento. Quer sugestões? Estamos cá para isso. Antes de sair do Talho compra uma pequena embalagem de farofa com bacon (1,80 euros). E esta não é uma farofa qualquer. É leve como flocos de neve e estaladiça como Peta Zetas. Quando chega a casa, estrela doze ovos de codorniz (atenção: têm de ficar mal passados mas com a clara branca para não parecer “aquilo que não posso dizer”). Tendo tudo isto pronto, corta a carne em fatias bem fininhas. Tira os ovos, serve-os com a farofa e voilà: acabou-se a nostalgia.
– 2 nacos de lombo de vitela maronesa
– 12 ovos de codorniz
– Farofa com bacon
– Óleo
– Alho
– Sal
Viva a vitela maronesa, onde quer que ela esteja,
Ele
se não tivesse jantado um belo risotto, ficaria a salivar (mais).
Tem que nos dar a receita desse risotto! 😉
cá está ela 🙂 isotto-de-abobora-e-alho-frances.html
https://enjoyingride.blogspot.pt/2014/02/r
Esta já fica registada. Vou experimentar aqui em casa para a equipa de futsal que come cá todos os dias. Obg