Normalmente, costumo esperar alguns dias antes de visitar os novos espaços acabados de abrir. É comum haver falhas no início e ajustes a fazer. Mas, como pelo menos desde o dia 13 de Dezembro que oiço anúncios à nova zona de restauração do Oeiras Parque, achei que quase um mês seria suficiente para encontrar um espaço limpo e sem pó nem barulho de betoneiras.
Infelizmente, esse não é critério fundamental para o Oeiras Parque abrir uma área onde se cozinha e onde se guardam alimentos. Quando lá cheguei, hoje à hora do almoço, comecei por encontrar um andar de baixo cercado por tapumes, atrás dos quais se ouvia um repetitivo e monocórdico barulho de obras.
E se isso já seria suficente para me fazer agarrar no capacete e no martelo pneumático, o pior aconteceu quando cheguei à escada rolante que dá acesso aos restaurantes: uma intensa nuvem que misturava fumo e pó começou alastrar-se pelo ar. Ao ver, ao meu lado, uma loja a fechar as portas para evitar que o pó inundasse as roupas, decidi subir as escadas na esperança de que a área de restaurantes estivesse a salvo.
Mas, quando cheguei à novíssima zona de restauração, percebi que a nuvem de fumo e pó cobria todo o ar, misturando-se com as cozinhas, os pratos e os alimentos. À minha frente, os seguranças agarravam nos walkie-talkies, tentando perceber o que estava a acontecer. Algumas pessoas dirigiam-se para as escadas rolantes para saírem, protegendo a boca com as camisolas; eu limitei-me a tossir enquanto perguntava a um segurança o que se estava a passar.
Com um ar digno de um agente da autoridade tentando repor a ordem pública, limitou-se a responder secamente:
– É no piso zero.
– Mas é um incêndio?
– Não, obras.
– Mas…
A minha terceira tentativa de pergunta foi bruscamente interrompida pelas costas do segurança a afastarem-se de mim.
Ainda tentei perguntar a mais dois seguranças se havia algum problema ou se a situação era normal, mas o máximo que consegui foi uma breve explicação de que se tratava de uma consequência das obras que continuavam a decorrer a poucos metros das cozinhas dos restaurantes.
Ainda tossi mais três vezes antes de decidir que seria mais prudente para a minha sanidade respiratória almoçar noutro sítio. E foi assim que saí. Pelo mesmo corredor de tapumes por onde entrei. Para a próxima tento almoçar no meio da fábrica da Cimpor para ver se o ar é mais limpo.
Um óptimo almoço para si onde quer que as obras estejam,
Ele
fotos: oeiras parque