os 10 novos restaurantes que tem mesmo de experimentar em 2018

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    Todos os anos, em Janeiro, temos a tradição de escolher os 10 novos restaurantes que vamos experimentar ao longo dos 12 meses seguintes, mas este ano não fomos capazes. Na reunião anual de resoluções de Ano Novo da Família Mistério, a divergência imperou, o debate escaldou e a violência quase despertou.

    Pela primeira vez na História deste blog (repare que até já usamos “H” maiúsculo), não fomos capazes de chegar a um consenso. Não sei se por já não nos aguentarmos uns aos outros, se por excesso de oferta, se por mera birra. A verdade é que só conseguimos evitar a pancadaria colectiva depois de transformarmos os 10 restaurantes que queremos mesmo visitar em 2018 em 12 restaurantes. E, mesmo assim, tivemos de deixar de fora o novo restaurante italiano de Jamie Oliver, que vai abrir nas próximas semanas no Príncipe Real, em Lisboa, o que deixou os nossos queridos Filhos Mistério à beira da depressão juvenil.

    Esta é a lista definitiva de resoluções do Casal Mistério para 2018. Por outras palavras, vamos andar por aí – ou por aqui.

     

    Os que já abriram

     

    1. Prado

    Lisboa

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    Aqui todos os pratos são feitos com ingredientes nacionais e frescos. “Basicamente, se não for da época, não vai à mesa”. Para mim, esta garantia é suficiente para pegar na mochila e acampar à porta do Prado. Agora, se a isto juntarmos uma decoração fresca e fabulosa e o facto de o chef ter sido o sub chef de Nuno Mendes, durante 11 anos, em Londres, então eu já estou de babete ao pescoço.

    O conceito “da quinta directamente para a mesa” é um dos que mais me encantam na cozinha hoje em dia. E o Prado promete isso mesmo – numa versão um bocadinho mais refinada do que eu gostaria, mas não se pode ter tudo.

    A ementa varia regularmente consoante os produtos frescos disponíveis e oferece tentações como tártaro de vaca barrosã e couve galega grelhada (€6,5), caldo de porco preto, cenoura e cevada (€5,80) ou beterraba, queijo fresco de cabra e cebolas (€6). Tudo sempre descrito com o mínimo de preposições possível, como manda a moda.

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    Tem ainda uma carta grande só com vinhos biológicos e vai abrir ao lado um bar e uma loja de vinhos. Inaugurou no final de Novembro, fica na Travessa das Pedras Negras, na Baixa, e serve das 12h à meia-noite.

     

    2. Mistu

    Porto

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    Flow é um dos restaurantes com o ambiente mais animado e agradável do Porto. Fica num antigo edifício, recuperado de forma irrepreensível, e mistura restaurante com bar e uma óptima onda. Mas porquê falar do Flow quando queremos falar do Mistu? Porque este é o novo restaurante dos donos daquele. 

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    Aberto no final de Novembro, o Mistu é uma aposta em tudo semelhante à do Flow. Os donos compraram um edifício antigo onde funcionava uma serralharia, ao lado do Palácio da Bolsa, e recuperaram-no. A decoração está fantástica e a carta tem comida de todo o mundo, o que pode ser ligeiramente arriscado, mas estamos cá para correr riscos: baos de Taiwan com leitão, alho negro e molho pico de gallo mexicano; polenta italiana com cogumelos porcini e molho de queijo gorgonzola; polvo com batata doce, edamame e ovo a baixa temperatura; causas e ceviches peruanos; ganache de foie gras; peixe, picanha ou tornedós.

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    Só foi pena termos estado no Porto pouco antes de o Mistu inaugurar. Está aberto ao almoço e ao jantar e fecha ao domingo.

     

    3. Taberna Fina

    Lisboa

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    Sinto-me uma criança a abrir o seu presente de Natal. André Magalhães é só o criador de um dos meus restaurantes preferidos em Lisboa, a Taberna da Rua das Flores, onde se comem deliciosos e fresquíssimos petiscos, feitos com produtos típicos portugueses, num ambiente descontraído e despretensioso, típico de uma taberna.

    Agora, em Dezembro, o taberneiro (como gosta de ser tratado) virou chef (assim mesmo, à francesa) e deicidiu abrir a Taberna Fina, no Hotel Le Consulat, no Largo Camões, em Lisboa. O ambiente não tem nada a ver com o da Taberna da Rua das Flores (onde o chef se mantém) e a ementa é composta por um menu de degustação (56 euros – mais 22 se for com vinhos) com dez pratos: três snacks, um couvert, uma pré-entrada, uma entrada, um prato de peixe, um prato de carne, uma pré-sobremesa e uma sobremesa. 

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    Enquanto pode ir tentando adivinhar o que será esta nova sub-categoria dos “prés”, fique a saber que aqui se servem pratos apresentados como se estivesse num restaurante Michelin: uma abóbora e dióspiro (na foto); umas trompetas da morte, gema de ovo e inhame (assim mesmo, só separados por vírgulas); uma cavala, miso, rabanete e maracujá; ou uns mexilhões, algas e leite de tigre.

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    O restaurante só está aberto ao jantar e os menus variam consoante a época e os produtos frescos disponíveis. Eu confesso que estou meio dividido entre a curiosidade e o pânico. Afinal, para mim taberna será sempre a da Rua das Flores, onde um divinal picadinho de carapau se serve por €7,50. 

     

    4. Typographia Progresso

    Porto

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    Luís Américo está para a criatividade na cozinha assim como os penálties estão para um Benfica-Sporting. Foi o chef do Porto que criou o divinal cheesecake de Oreo dentro de um vaso, no Cantina 32, ou o estrondoso carpaccio com flor eléctrica (que lhe deixa a boca dormente), no Cruel.

    No final do Verão passado, Américo inaugurou um novo restaurante na Baixa da cidade (Rua Sousa Viterbo), onde antes funcionava uma tipografia (ainda lá estão as máquinas antigas) e onde agora se serve, por exemplo, uma carbonara com barriga de porco bísaro dentro de um frasco. À frente dos clientes, é acrescentada uma gema de ovo, depois agita-se o frasco e passa-se para o prato.

    Ficou curioso? Então e que tal uma cataplana de gambas que vem para a mesa com uma ampulheta? (Junta-lhe um raminho de hortelã e só a destapa depois de a ampulheta terminar.) Ou um tocinho do céu com um shot de morango? Tudo razões que me fazem enfiar-me já no carro a caminho da A1.

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    Abre ao almoço e jantar e fecha ao domingo. 

     

    5. Suba

    Lisboa

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    Só o terraço com vista de 360 graus sobre Lisboa já me está a deixar com arrepios. É lá que funciona um bar onde pode ir beber um copo antes do jantar. O restaurante fica por baixo e também tem uma vista inacreditável. Além disso, está num edifício único: um palácio do século XVIII que foi reconstruído e inaugurado no final de Setembro como um dos mais requintados hotéis de charme de Lisboa, o Verride Santa Catarina.

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    Para melhorar ainda mais a coisa, deixe-me só dizer-lhe que tudo isto está no miradouro de Santa Catarina. O novo restaurante chama-se Suba e tem petiscos requintados, como o cone com queijo de figo e creme de foie gras, a vieira grelhada com maionese de coentros e infusão de citronela (€11), o leitão crocante com puré de cenoura e laranja (€15) ou o ravioli de rabo de boi com molho de trufa preta (€15).

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    Está aberto todos os dias ao almoço e ao jantar.

     

    6. Panca

    Porto

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    Ambiente animado, decoração surpreendente e comida sul americana. E light, claro, minha querida e stressada Mulher Mistério. Tudo isto é o Panca, o novo restaurante que o dono do Cafeína, do Terra e da Casa Vasco abriu na Baixa do Porto.

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    Além de detalhes divertidos como os vasos colocados por baixo das mesas de vidro, o Panca tem uma carta de me fazer tremer de fome: ostras com gaspacho de pepino (€7,5); maçaroca de milho na brasa com manteiga de miso (€6,5); ou uma salada de quinoa, beterraba e queijo de cabra (para a minha querida Mulher Mistério que está de dieta rigorosíssima). Isto sem contar com os vários ceviches, empanadas e outros petiscos promissores.

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    Abriu no Verão passado e funciona todos os dias do meio-dia à 1h da manhã. 

     

    7. Ikeda

    Porto

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    No tecto, estão pendurados 3 mil origamis feitos à mão que transmitem um ambiente de nos deixar logo de boca aberta. Na cozinha, temos motivos mais do que suficientes para nunca mais a fechar: os chefs abriram o Hikidashi, em Lisboa, e passaram pelo Terra e pelo Gull, no Porto. 

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    Além de sushi tradicional feito com peixe fresco vindo da costa ou dos Açores, servem especialidades japonesas como a deliciosa panqueca okonomiyaki (que nós já provámos no Shiko) ou as espetadas de frango yakitori. Também pode encontrar algumas extravagâncias, como o bacalhau preto marinado com molho miso e yuzo ou os nigiris de wagyu com foie gras.

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    Abriu no Verão e serve todos os dias ao almoço e ao jantar.

     

    8. Lumni

    Lisboa

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    Mais um restaurante com uma vista fabulosa sobre Lisboa. Fica no último andar do novo Hotel The Lumiares, no Bairro Alto, em Lisboa e tem um rooftop com uma vista estrondosa sobre a cidade. 

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    A cozinha é dirigida pelo chef Miguel Castro e Silva, do De Castro e do Less, que criou aqui um espaço onde testa pratos surpreendentes e trabalhados: bacalhau cozinhado a baixa temperatura com migas de hortelã, salmão curado com vinagrete de framboesa, xerém de bivalves (adoro xerém!) ou migas de broa, trompetas, paio alentejano e gema de ovo.

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    Abriu no Verão e serve de terça a domingo.

     

    9. Muu

    Porto

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    Gosta de carne? Eu também. De vaca? Eu também. E por isso é que estou quase a mugir com a abertura deste paraíso da carne, na Baixa do Porto. Um dos chefs veio do Terminal 4450, em Leça da Palmeira, onde já estivemos a jantar.

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    Os preços não são baratos, mas as opções são tentadoras: meio quilo de rib eye por €58, 800 g de costeletão por €52 ou meio quilo de black angus por €44. Tudo carnes maturadas. 

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    Também têm uma opção de peixe e outra vegetariana. E sobremesas, claro.

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    Abriu em Outubro e serve de quarta-feira a segunda só ao jantar.

      

    10. Almeja

    Porto

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    Está tão fresquinho como os peixes trazidos da lota que promete servir. O Almeja abriu no final de Novembro, na Baixa do Porto, e é do chef João Cura, que já passou por alguns restaurantes de topo, como o Dos Cielos (um duas estrelas Michelin, de Barcelona).

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    Aqui quer fazer cozinha de autor, mas num ambiente mais informal: peixe fresco à Bulhão Pato (€21); tártaro de vaca maturada com ouriço do mar, alga nori e batata; canja com ovo e ravioli de galinha (€6); lingueirão com presunto e algas (€15, na foto em baixo); ou recriações do típico pastel de bacalhau ou da salada de bacalhau seco da Nazaré.

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    Pode optar por um menu de degustação com sete momentos (€55) ou por um menu executivo ao almoço (€15).

    Está aberto de terça a sábado, ao almoço e ao jantar.

     

    Os que estão quase, quase a abrir…

     

    11. 100 Maneiras

    Lisboa

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    É a grande novidade do chef Ljubomir Stanisic, do Bistro 100 Maneiras e que, no ano passado, esteve também como consultor no Sublime, na Comporta. O ex-apresentador de Pesadelo na Cozinha vai abrir um novo restaurante 100 Maneiras, no Bairro Alto, que substituirá o actual, da Rua do Teixeira (nada a ver com o Bistro). No novo espaço, Ljubomir vai servir pratos que misturam influências bósnia (onde nasceu) e portuguesa (onde vive há vários anos).

    A comida assentará na sustentabilidade, com um toque de autor. Ljubomir foi de propósito a Itália desenhar o fogão para o novo espaço e quer produzir no restaurante as suas próprias cervejas artesanais. Tudo isto num ambiente descontraído e divertido. A abertura esteve prevista para o final do ano passado, mas foi adiada para o final deste mês por causa de atrasos nas obras.

     

    12. O Mariscador

    Lisboa

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    É uma marisqueira, mas também terá peixe e marisco de rio, como a camarinha, o lagostim ou o caranguejo. O chef da Taberna Ó Balcão, de Santarém, vai inaugurar um novo espaço na Praça de Touros, em Lisboa, onde promete servir marisco com um toque especial. Para petiscar, haverá pão, tradicional, manteiga caseira e uma língua de touro bravo curada que é uma especialidade do chef. No final, terá sempre prego e bife com molho especial da casa.

    Também já teve a inauguração anunciada para 2017, mas foi adiada para o início de 2018.

    Agora, é decidir. E comer.

     

    Um óptimo 2018 para si onde quer que os restaurantes estejam,

    Ele

    3 comentários em “os 10 novos restaurantes que tem mesmo de experimentar em 2018

    1. Boa tarde,
      segui a vossa sugestão e resolvi ir experimentar o restaurante Prado, Uma verdadeira desilusão.
      Empregadas simpáticas, comida bem confeccionada, mas quantidade demasiado peuena para o preço praticado. Eramos 4 a almoçar, pagamos 90 euros. e tivemos que ir comer mais qualquer cosa a outo lado, pois a fome era imensa. Nunca tal me tinha sucedido. NÂO RECOMENDO DE TODO.

    2. Odiei o lumni. Sei que odiar é uma palavra extremamente forte mas foi mesmo isso que senti depois do jantar que tive no lumni. Este foi dos piores restaurantes da minha vida. Carissimo e não houve um unico ponto positivo. Foi uma desilusão total.

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