Primeiro as boas notícias: ninguém foi capaz de incendiar a casa. Agora as óptimas notícias: temos uma leitora que conseguiu pôr um frango assado a voar. Aqui ficam alguns dos maiores pesadelos culinários enviados pelos leitores do Casal Mistério depois deste post.
1. O frango voador
Zoé dos Santos faz um “afamado/aclamado” frango maricas. E foi esse prato que decidiu servir à sua madrinha de casamento. Tudo estava a correr “às mil maravilhas” quando Zoé decidiu tirar o frango do forno com um surpreendente e inesperado golpe de mãos – qual Luís de Matos da cozinha – que fez o pirex dar uma pirueta no ar. Enquanto o molho voava em várias direcções, atingindo uma série de armários, o pirex aterrou junto à janela da varanda, com o frango impávido e sereno, deitado, intacto, no mesmo sítio de onde tinha partido. Zoé decidiu servir o prato na mesma. Estava “uma delícia”.
2. O que é que quer dizer q.b.?
É uma dúvida pertinente: “Cada vez que me lembro da dificuldade que senti para perceber o que era ‘q.b.’… ‘sal e pimenta q.b.’ – dizia a receita. Q.b.???!!!!! – pensei eu – mas o que raio querem dizer com isto? Cheguei a pensar, por momentos, que a receita tinha passado para chinês! Depois fiquei a saber que queria dizer “quanto baste” e fiquei exactamente na mesma: eu sabia lá quanto é que bastava?!!!!”
Não posso dizer que nunca tenha passado por essa angústia por que passou Miska, autora do blogue Agora Sou Maminka e responsável por um invejável peixe cru no forno – mas com sal q.b..
3. Os lombos de pescada carbonizados
Sónia Bento colocou no forno seis lombos de pescada para o almoço do dia seguinte, enquanto foi tomar um banho rápido. Só que, entretanto, tomou banho, passou a ferro, viu um pouco de televisão e foi deitar-se. Lá para as 3h da manhã, acordou com um cheiro a queimado. “Através dos buraquinhos do estore, vi um fumo a passear pelo quarto. Foi quando me lembrei da pescada!”
4. A limonada no tecto
Cláudia Rocha chegou a casa e tinha uma surpresa à sua espera. Mas em vez de ser a limonada fresquinha que os seus filhos tinham idealizado, era um cenário de pós-guerra. “Quando cheguei a casa deparei-me com um cenário aterrador: além de pedacinhos de limão no tecto, portas de armários e afins, existia uma enorme quantidade de limonada a escorrer”. Os miúdos tinham encaixado mal o copo da Bimby e nunca imaginaram que fosse necessário colocar a tampa por cima antes de ligar o motor.
5. O pudim de argamassa
Margarida tinha em casa um jantar especial: um dos seus grandes amigos ia apresentar a futura noiva. Foi para a cozinha e preparou, entre outras coisas, um pudim que serviu em taças individuais. Primeiro, foi a surpresa: aspecto mais requintado era difícil. Depois foi o choque: quando passaram à sobremesa, Margarida viu “a futura noiva com o pudim cor-de-rosa desenformado na ponta da colher, tipo chapéu de chuva aberto. Estava com uma consistência de trampolim” e com um sabor “completamente intragável”.
Qualquer que seja o pesadelo, não há motivo para desanimar. E, se se sentir em baixo, veja só a história de Chuck Hughes, o chef e proprietário do Garde Manger, no Canadá, e uma celebridade nos Estados Unidos. Vai ver que anima logo:
“Uma vez, no princípio da minha carreira, cortei-me com uma faca. Normalmente, pomos um penso e uma luva no dedo, mas eu limitei-me a pôr um penso rapidamente. Pouco depois, percebi que tinha preparado sete saladas que tinham sido enviadas para as mesas e que o penso tinha caído. Comecei a gritar ‘Tragam as saladas de volta!’. O sangue parecia um condimento a decorar a alface por cima”.
Obrigado a todos os nossos leitores pelas fantásticas histórias, onde quer que elas estejam,
Ele
Para o próximo artigo deste tema… Há uns anos, para a baba de camelo, decidi cozer a lata de leite condensado panela de pressão e não sabia que era preciso por água. A panela transformou-se numa ogiva nuclear e foi contra a parede da cozinha, deixando um buraco e uma história que perdura até hoje em casa dos meus pais…