os sete erros que não pode mesmo cometer a preparar um gin tónico

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    Confesse lá: já estava a estranhar, não estava? O Verão já começou e ainda não tínhamos escrito uma única e raquítica linha sobre gin tónico… Andamos a brincar com coisas sérias, não andamos? Foi o que eu pensei. E por isso decidi escrever o texto que aqui faltava sobre a arte de “ginar”. “Ginar”? Ginar: sem aspas nem nada. Por muito que possa parecer, ginar não é uma palavra imbecil acabada de inventar num momento de fraqueza à frente do computador. É um verbo que já há muito tempo deveria ter sido reconhecido pelos mais respeitáveis dicionários da lusofonia. Falta um movimento nacional a favor da introdução da palavra ginar no léxico lusitano. Mas antes de marchar por essas alamedas fora a favor desta revolução verbal, veja aqui quais são os sete pecados mortais que não pode cometer quando estiver a preparar um gin tónico.

     

    #1 Usar rodelas ou sumo de limão (ou outra fruta)

    A ideia não é deixar o gin a saber a limão ou a outra fruta qualquer. A ideia é apenas “realçar o aroma e a sua experiência sensorial”, explica ao Buzzfeed Zoe Zambakides, da Sipsmith Distillery London. Por isso, basta torcer uma tira de casca de limão por cima do copo e adicioná-la à bebida. Além disso, o sumo de limão torna o gás da água tónica mais fraco. Casca de fruta é a solução.

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    #2 Usar cubos de gelo pequenos

    O gás é um elemento fundamental do gin tónico. Por isso é que se deita a água tónica por cima de uma colher torcida. E por isso também é que só se usam cubos de gelo grandes e consistentes. Quanto maiores forem os cubo de gelo, menos vão derreter – e menos aguado ficará o seu gin tónico.

     

    #3 Acabar o gin depois de o gelo derreter

    E é também para evitar um gin tónico aguado que nunca, jamais, em tempo algum deverá acabar o seu gin depois de o gelo derreter. 

     

    #4 Mexer o gin e a água tónica

    Há uma nova tendência surreal nos Estados Unidos: chocalhar a garrafa de água tónica antes de a abrir. Não consigo sequer perceber bem qual é a genial ideia por trás desta tendência, mas é evidente que é um gigantesco disparate: liquida todo e qualquer vestígio de gás. Nem sequer deve mexer o gin tónico, quando está pronto, com a colher. Zambakides diz que isso desfragmenta as bolhas de gás. O ideal é dar só uma volta ao copo, com a colher, muito lentamente.

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    #5 Comprar só gin inglês

    Esta até me deixou a mim abasurdido. O historiador de bebidas Jared Brown explica ao Buzzfeed que o “London Dry Gin é um processo, não uma localidade. Significa que todos os ingredientes têm de ser acrescentados antes da destilação”. Depois da destilação só se pode juntar água ou mais gin. Hoje, é possível encontrar óptimos London Dry Gin produzidos fora do Reino Unido e óptimos gins que não são London Dry dentro do Reino Unido. É o caso do Hendrick’s, por exemplo, que acrescenta a essência de pepino depois da destilação.

     

    #6 Beber só água tónica Schweppes

    Da mesma forma que o gin não tem de ser inglês, a água tónica não tem de ser Schweppes. Experimente, por exemplo, uma Fever Tree. Vai ver a diferença que faz.

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    #7 Usar um copo alto

    Os ingleses podem ficar chocados com isto, mas eu vou dizer: o gin tónico não deve ser bebido num copo alto. E porquê? Porque o balão tem uma boca mais larga e, quando bebe o gin, sente melhor os aromas todos que estão no copo. Esta tendência nasceu em Espanha e é um dos melhores contributos para a arte de bem ginar.

    Agora vou ali buscar o meu copo de balão. A partir do meio-dia já se pode começar a ginar para abrir o apetite para o almoço.

     

    Uma boa ginadela para si onde quer que esteja,

    Ele

     

    fotos: hendrick’sbuzzfeed

     

    23 comentários em “os sete erros que não pode mesmo cometer a preparar um gin tónico

    1. Faça uma visita ao Bombay Gin Club, Palácio da Trindade, e fique a conhecer as referências da Bombay e o mais recente Star of Bombay, o gin super premium da icónica marca da “garrafa azul”. O Gin Club efémero estará aberto até dia 27 de Junho, das 18h ás 24h.

    2. Deixo-vos então o maior erro dos gin’s tónicos que até vocês cometeram… Juntar a água tónica através da colher de bar! Sim, se o que queremos é que a tónica mantenha o gás a “bombar” vamos mesmo criar uma distancia de 5-10 cm até ela entrar em contacto com o gelo ou com a bebida? Metade do gás vai embora depois deste feito, sendo que a melhor forma será encostar a tónica a uma pedra de gelo ou às costas da colher de bar junto ao copo. Abraço

    3. O gin deve-se beber exactamente como a cada um souber melhor. Estas teorias todas de misturas e que distancias devemos verter a agua tónica…

    4. O pior erro e de juntar gelo á bebida, a água tónica deve estar bem gelada ou gelar o Gin num copo com gelo e agitar fortemente, depois filtrar e juntar a tónica. O Gin tónico surgiu pela necessidade dos soldados ingleses consumirem quinino para evitar a malária. Como o tónico com quinino era muito amargo, os soldados adicionavam Gin para torná-lo mais palatável, logo o Gin deve ser Inglês e a água tónica da Schweppes (indian tónic). Por ultimo o verbo ginar existe a mais de 30 anos e era a expressão utilizada quando líamos a revista “Gina” que nada tem a ver com o Gin mas era igualmente “refrescante” sem mais Alex.

    5. Um dos outrora já apelidado de “melhor gin tónico do mundo”, servido há “algumas” décadas na ilha do Faial quebra praticamente todas as regras indicadas… Rodela de limão, em copo alto e ligeiramente agitado com pedras de gelo. Modernices da tanga… Inovar nos ingredientes e experimentar novos sabores é espectacular, agora medir a altura a que se adiciona a tónica e coisas que tais, Uau… Vamos contar as bolhas?

    6. Eu já fiz um gin tónico no passado com Bombay Sapphire, Schweppes Original e muito, mas muito sumo de limão espremido, servido num copo alto e sem “colher bailarina”.
      Se era bom? Era óptimo! Fresco, com um travo a limão e a gin excelente. Aroma? Zero. Sabor? Intenso, fresco. Servia plenamente o seu propósito.

      Neste momento, não consigo beber Schweppes original, e sou fã de Fever Tree.

      Não são modernices da tanga… é uma forma diferente de aproveitar as potencialidades do gin.
      Se o “melhor gin tónico do mundo” é o melhor para si, continue e consumi-lo… mas dê uma oportunidade às novas tendências! 🙂

    7. Interessante é que nestas imagens todos os exemplos são de copos altos e não de balão como ponto #7, mais ainda, um copo de balão não tem necessáriamente um bucal largo como indicado para uma maior libertação de aromas – não que haja concordância “across the board of experts”.
      Na minha humilde opinião, deixem-se de “punhos de renda e nove horas”, experimentem, experenciem e bebam com a devida responsabilidade da maneira e forma que melhor satisfizer. Um abraço ginófilo VêMAL

    8. Acho que, para gin & tónico, o copo de gin tem que ter uma boca menos larga para evitar a dissipação do gás. quanto mais gás nas bebidas mais sabores são trazidos pelas bolhas a superfície. por isso não concordo com a copo balão, acho que e um mito provocado por alguém que não sabe a ciência.

    9. Acho que, para gin & tónico, o copo de gin tem que ter uma boca menos larga para evitar a dissipação do gás. quanto mais gás nas bebidas mais sabores são trazidos pelas bolhas a superfície. por isso não concordo com a copo balão, acho que e um mito provocado por alguém que não sabe a ciência.

    10. Diz que as bolhas são importantíssimas mas depois diz que o gin deve ser bebido em copo largo… Por alguma razao os refrigerantes e cerveja são servidos em copos altos, porque esse formato permite uma menor dispersão do gás e das suas bolhas. Faz lembrar aquele barman que preparou um ‘excelente gin’ sem sequer ter gin no copo, a dizer coisas só porque sim

    11. eu até posso dizer as coisas erradas que aqui estão, e que são imensas sem lógica, mas tenho que saber que querem mesmo ouvir, já que vou ferir muita gente na área dos gin tónicos.

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