Domingo à noite. Mesa para cinco pessoas. Restaurante remodelado, totalmente às moscas, exceção feita a um “pato bravo” com mais de 100 kg que via ruidosamente um jogo de futebol na televisão enquanto a mulher babava para cima do sofá num sono assustadoramente profundo. De resto, um deserto de mesas e cadeiras e o mar como pano de fundo com um cheiro… nauseabundo. Sim, isso mesmo que acabou de ler: um cheiro a esgoto indescritível. Valeu-me uma valente constipação para conseguir suportar o odor que os solícitos empregados garantiam ter origem nas marés. Há anos que frequento os restaurantes da zona, nunca tal cheiro me tinha passado pelas narinas. Ainda arrisquei perguntar se a culpa não seria das obras de remodelação do restaurante. O coro ensaiado dos empregados e do gerente, “Nãaaoooo! Que ideia!”, esclareceu-me.
O jantar não surpreendeu. Um excelente robalo ao sal, acompanhamentos pagos à parte, como esparregado e arroz de tomate, estupidamente caros, e Santini e a obrigatória mousse de avelã, de sobremesa. Bom mas igual a sempre. Tal como o serviço. Os mesmos empregados da gerência anterior: eficientes, simpáticos, calorosos e com uma excelente memória. Tratam-nos pelo nome e recebem-nos como se não tivessem passado anos… Sim, não ia ao Panorama há alguns anos e sinceramente, não sei se volto tão cedo. A simpatia dos empregados não salvou o meu já debilitado olfato.
O bom – o serviço
O mau – o preço dos acompanhamentos
O péssimo – o cheiro a esgoto durante todo o jantar
Um ótimo jantar para si,
Ela