Tire lá esse sorrisinho matreiro da cara, como quem diz:
– Ah, pois é, têm a mania que cozinham mas não sabem escrever “pesto”.
Não, senhor. Não estamos a falar de molho pesto. Estamos mesmo a falar de molho pistou. Se os italianos tinham o pesto, os franceses tinham de ter o pistou. Ninguém sabe exactamente qual dos dois foi inventado antes. Ou melhor, os italianos sabem claramente que o primeiro a nascer foi o pesto. Já os franceses têm a certeza de que foi o pistou.
O primeiro registo histórico existente, vai para o lado italiano e data da era de Virgílio (70 a 19 a.C.). Além disso, há outro bom argumento: a cozinha italiana já existia muito antes de França existir como país.
Seja como for, o que interessa é o sabor que cada um dá à comida. E se o pesto tem a maravilha dos pinhões e do queijo parmesão, o pistou tem mais alho e mais sal, o que dá origem àquela deliciosa conjugação típica dos pratos franceses da Provença. Ora veja lá como se faz um bom pistou, segundo esta fantástica receita do Larder Love.
Ingredientes
- 4 dentes de alho
- 2 mãos cheias de folhas de manjericão fresco
- 125 ml de azeite extra virgem
- Sal a gosto
A ideia é que o molho pistou seja mais salgado do que o pesto. Por isso, comece por esmagar o alho com o sal grosso num almofariz até criar uma massa homogénea. Vá juntando as folhas de manjericão até estas ficarem desfeitas e totalmente ligadas à massa. No final, deite o azeite aos poucos enquanto continua sempre a esmagar tudo.
É um processo minucioso, mas o resultado é um delicioso molho salgado para juntar numa pasta, numa sopa, ao peixe ou simplesmente aos vegetais grelhados.
Também pode colocar tudo dentro de um liquidificador e despachar a coisa. Mas os franceses garantem que não é o mesmo. Além de perder aquele delicioso cheiro a manjericão que lhe vai inundando a cozinha aos poucos enquanto esmaga o molho no almofariz. E todo este processo só demora dez minutos. Quando tiver tudo preparado, já só se quer sentar à mesa.
Um abraço para os franceses onde quer que eles estejam,
Ele
fotos e receita: larder love
Não fica demasiado salgado?
Gostei do “despachar a coisa” até porque na cozinha devemos “caprichar” como dizem os nossos irmãos do Atlântico sul, não é verdade?
A quantidade de sal é definida por si, por isso pode ir acertando ao seu gosto.
Ele