Sol + calor + almoço + sexta-feira + esplanada – vários meses de chuva e frio que já não se aguentava = Eric Kayser. Foi o que eu pensei. Mal me apanhei a andar por Lisboa em mangas de camisa, sem os cachecóis, as luvas, o sobretudo e o guarda-chuva da semana passada, corri furiosamente para a primeira esplanada que encontrei. E felizmente foi a esplanada da Eric Kayser, junto às Amoreiras. É nesta fase que você tem de tomar a decisão mais importante da sua vida se quer ter um almoço bem passado: em que esplanada é que fico – na que dá para o Amoreiras ou na que dá para o Amoreiras Plaza? Se não quer ter carros, barulho, fumo e buzinadelas, não hesite: Amoreiras Plaza consigo.
O ambiente
A esplanada é tranquila, dá para o pátio interior do Plaza e, se não fossem as duas criancinhas que saltitavam e guinchavam em cima de nós, teria sido o local perfeito para receber a Primavera depois de um longo e penoso Inverno. Mas o encanto da Eric Kayser começa no interior: a decoração é fantástica, as montras enormes a mostrar o pão, os bolos, as saladas e as sanduíches são fabulosas e o cheiro torna esta pastelaria/restaurante-de-refeições-rápidas numa tentação irresistível. Não estou a usar estas duas palavras ao calhas. Mal entra aqui, sente logo o cheiro a bolos quentes e estaladiços e a creme de ovos acabado de fazer. É impossível passar pela porta da Eric Kayser sem sentir uma vontade fulminante de aspirar quatro croissants, dois macarons, cinco pastéis de nata e mais dez daqueles bolos cheios de cor e recheio que nunca sabemos bem como é que se chamam.
A fila para pedir anda a uma velocidade razoável – e olhe que estava cheio – e as empregadas estão sempre preocupadas em ir ter consigo para adiantar o seu pedido enquanto está a pagar a conta. Ou seja, nunca está realmente à espera, entre o olhar para a montra para escolher, fazer o pedido à primeira empregada, passar para a caixa, pagar e receber mais à frente o seu tabuleiro pronto. O sistema é eficaz, as empregadas são simpáticas e, se não fosse o facto de pegarem no seu cartão multibanco e no terminal de pagamento automático com a mão que tem a luva para mexer no pão e não com a outra, tudo seria perfeito.
A comida
Uma desilusão, uma surpresa e uma confirmação. Primeiro a desilusão: a sopa de brócolos. Tem bons e grandes bocados de brócolos, o que lhe dá sabor e demonstra que aqui é tudo fresco. Mas tem também a consistência de uma massa de vidraceiro. Não sei se é da batata ou de outro legume qualquer utilizado para engrossar, mas isto não é engrossar, é fossilizar. No fim, é verdade que não enche tanto como uma sopa de feijão. Mas uma sopa quer-se cremosa, líquida ou, pelo menos, com algum líquido.
Depois, a confirmação: o penne com tomate confitado, mozzarella derretida, molho pesto e salsa. A salsa é dispensável e só serve mesmo para enfeitar. Mas o resto é delicioso e corresponde na perfeição à expectativa com que ficamos quando olhamos para o maravilhoso aspecto da pasta fria. Numa caixa quadrada de cartão, cuidadosamente apresentadas, as pastas são muito boas. O tomate confitado dá um toque caramelizado e a mozzarella é leve e combina bem com o molho pesto.
Finalmente, a surpresa: a sanduíche de frango rústico. Em baguete escura de sementes, podia parecer que seria muito seca. Mas não. O frango está muitíssimo bem assado e vem acompanhado com tomate seco (óptimo!), alface e maionese. Eu, que nem sou grande fã de maionese, provei e adorei. Se não quiser nada disto que eu escolhi para comer, tem ainda umas saladas com um aspecto fantástico e uns brunchs maravilhosos para este fim-semana. Escolha não falta.
Para sobremesa, provei um mini pastel de nata com um aspecto deslumbrante. Mas, apesar de ser bom, não é um verdadeiro pastel de nata: a massa é apenas massa folhada (sem aquela mistura única entre massa folhada e massa de pasteleiro dos pastéis de nata) e o creme tinha um travo diferente que não consegui perceber exactamente ao que era. Fiquei desiludido? Não, fiquei cheio (muito por culpa da sopa). Mas não fiquei por aqui. Mal acabei de beber o café (meio morno – falha!) atravessei a rua e fui experimentar a nova loja de bolos pop up das Amoreiras. Mas isso fica para amanhã, que eu não quero que pensem que sou um gordo insaciável.
Uns bons dias de sol para si em esplanadas destas, onde quer que esteja,
Ele
A primeira vez que fui a eric foi o ano passados foi no chiado.
Cheguei e dirigi me a caixa depois de ter vitrificado o que havia, pedi e no final pedi factura, quando pedi factura a senhora que me atendia fez “cara feia” e disse “para lhe dar factura tenho que chamar a gerente, e ela não está cá de momento”, eu respondi que esperava enquanto comia, quando me dirigi para pedir o café a senhora que me servia disse “mas para que que quer factura, não estou mesmo a perceber” ao qual comecei a ficar chateada porque a menina não tinha nada a ver com isso, respondi que precisava para apresentar despesa , e volta a dizer “sabe que a gerente vai demorar” e qual respondi “pois mas vocês vão ter de me passar uma factura tenho esse direito” … Chega a gerente vem ter comigo e escreve na factura que diz consumidor final o número de contribuinte que eu pretendia, perguntei lhe se a senhora estava a gozar comigo e porque é que não queriam passar factura, a senhora virou se e disse “não precisa de factura para nada” ao final de algumas discussões “esqueceram se de me trazer as torradas” e tive ainda mais meia hora a espera da dita factura!!!! Desde então nunca mais fui lá! No chiado recomendo a Tartine, com uma vasta pastelaria sem igual, os pães tem muita qualidade, e os empregados são impecavelmente simpáticos!
Olá Carlota, obrigado pela sua sugestão. Vamos experimentar concerteza. Quanto à sua experiência na Eric Kayser, se nos tivesse acontecido uma coisa semelhante, nunca mais lá voltaríamos também.