u try… vai ver que não se vai arrepender de provar estes hambúrgueres originais
Egueplant Veggie. Gardener. Tai Xiquene. Não, ainda não enlouqueci nem estou com dislexia. Estes são os nomes dos Feike Burgers do U Try. E o que são os Feikes? “Uma espécie de hambúrguer mas não tem nada a ver” explica-se logo na ementa. Se há coisa que me faz crescer logo o apetite (não é que precise muito) é um restaurante com sentido de humor. E o U Try conquistou-me mal peguei na ementa no novo espaço em Campolide, perto das Amoreiras.
O ambiente
O espaço não é grande mas está muitíssimo bem decorado, em tons de madeira clara. Do lado esquerdo, dois balcões (um mais pequeno à janela e o outro de apoio e de frente para a zona de serviço). À direita, ao longo de uma parede de pedra, estendem-se as mesas de madeira em frente a uns bancos corridos forrados com uns almofadões antracite onde apetece ficar (mas infelizmente estavam todos ocupados). Ao fundo, depois de passar a cozinha, as mesas e os bancos altos destacam-se antes de chegarmos a um terraço que só deverá abrir “lá para a primavera”. Fomos já depois das duas da tarde e só havia lugar ao balcão. Por um lado, ainda bem, porque para variar, eu estava cheia de pressa.
Os hambúrgueres
O U Try abriu primeiro no Estádio Universitário, depois expandiu-se para o Mercado de Campo de Ourique e agora apostou neste espaço com os seus maravilhosos Feike Burgers. E são falsos, porquê? Porque na realidade não são hambúrgueres. O Egueplant Veggie (€8, o menu que inclui batatas ou salada e água/refrigerante/mini) tem agrião, duas fatias de beringela recheadas com queijo chèvre e cebola caramelizada; o Gardener (€8,20/menu) é um novilho guisado com batatas, cenoura, alface e maionese de Dijon; e o Tai Xiquene (€8,20/menu) é frango thai com rúcula, mozzarella e paparis.
Deliciado por estar ao balcão e poder massacrar a pobre empregada super atarefada com perguntas difíceis, Ele atacou:
- O pão é brioche?
- Sim, feito com batata doce. – respondeu enquanto esvaziava uma máquina inteira de copos lavados.
- Brioche com batata doce? Que bom! São feitos cá? – insistiu.
- Sim. Sim.
- A sério? – continuou, deslumbrado.
- Sim. Só usamos produtos nacionais...
- Ah… mas eu estava a perguntar se faziam o pão aqui no restaurante… não em Portugal.
É neste momento que a pobre funcionária levanta a cabeça, aflita:
- Ah, não. (Risos) Ainda não temos padaria.
Para mim, é-me completamente indiferente se fazem o pão no restaurante ou não, o que importa para aqui é que é bom e original. Depois há obviamente os hambúrgueres tradicionais com carne de vaca, como o Beisique, o Beicone e aquele que o meu querido Marido Mistério fez questão de pedir: o Peper, Xize e Nougá (importa-se de repetir?) que inclui: 100% vaca, rúcula, pimento vermelho salteado, queijo gorgonzola e amêndoas caramelizadas (€9,20/menu).
Ele gostou imenso mas confessou que a carne não era tão saborosa como a do Ground Burger. Agora, ficou rendido ao queijo, disse que lhe dava “um gosto espetacular” e que as amêndoas laminadas e tostadas por cima estavam crocantes. Cada vez que mastigava sentia-se (e ouvia-se) o crocante da amêndoa. Levava ainda pimentos grelhados, tenros e bem marcados. A acompanhar uma maionese normalíssima, à parte, sem a menor graça.
Como estou de dieta, pedi um Pinquexiquene (eu sei, parece um primo do Pokémon) porque é um hambúrguer de frango. Até aqui tudo bem. Se eu conseguisse resistir ao brioche de batata doce, até que estava no bom caminho. Só que o Pinquexiquene (€8/menu) vem com queijo camembert e doce de framboesa. Ah, mas tem uma folha de alface! Que chatice. Comi até à última migalha. Não sobrou nem um bocadinho de brioche de batata doce.
Valeu-me a deliciosa salada roxa (€2) que pedi. Tinha couve roxa, beterraba, couve coração, maçã e molho de iogurte. Era ótima mas tinha molho a mais. Pelo menos resisti às batatas fritas caseiras (€2) que Ele pediu. Vá lá, confesso… experimentei 1… ou 2… ou terão sido 3? Mais não foram de certeza, porque, apesar de virem quentinhas, eram banais e até ligeiramente moles.
Claro que, depois de tudo isto, não conseguimos pedir sobremesa. Não porque estivéssemos cheios, mas porque acabou. Parece que era uma Loucura de Chocolate (€1,50), um misto de bolo e mousse de chocolate que nem chegámos a vislumbrar ao balcão.
O serviço
Competente, educado e rápido, mas muito longe da simpatia, alegria e felicidade contagiantes dos funcionários do Ground Burger, onde se serve com um prazer e com um gosto irrepreensível. Aqui, no U Try, cumpre-se.
O bom
A decoração do espaço
O mau
As batatas fritas moles e a única sobremesa ter acabado
O ótimo
A originalidade dos hambúrgueres e a salada roxa
Um ótimo fim de semana,
Ela
Nota: Todas as despesas das visitas efetuadas pelo Casal Mistério a restaurantes, bares e hotéis são 100% suportadas pelo próprio Casal Mistério. Só assim é possível fazer uma crítica absolutamente isenta e imparcial.