um almoço saudável em lisboa: os deliciosos e viciantes pokes do sea by local, no palácio chiado

    O Palácio Chiado, na rua do Alecrim, abriu há um ano e o conceito mantém-se com alguns ajustes e pequenas alterações. Uns restaurantes abandonaram o espaço como a Espumantaria, no andar de cima, e o Páteo do Palácio, no piso de baixo, mas multiplicaram-se as mesas e as cadeiras (com costas, graças a Deus, porque a idade já não perdoa) e o serviço melhorou consideravelmente. 

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    O ambiente  

    A decoração, como o meu querido Marido Mistério fez aqui, na sua habitual dissertação sobre o espaço, mantém-se igual, numa mistura perfeita que conjuga um estilo urbano e moderno integrado num palácio coberto de frescos, vitrais, tetos em abóbada irrepreensivelmente recuperados e enormes escadarias com candelabros.

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    A diferença agora é que todo o espaço está mais bem aproveitado com mais mesas e cadeiras e menos puffs. No primeiro piso continuam o Delisbon e o Sushic Chiado, no andar de baixo mantém-se o Meat Bar, o Bacalhau Lisboa e o Local-Your Healthy Kitchen. Só que em vez do Páteo do Petisco (que se dedicou ao novo Páteo do Guincho), o Local aproveitou o espaço e o balcão que partilhavam para criar um novo conceito, dedicado ao mar. Chama-se Sea by Local-Your Healthy Kitchen e estou completamente viciada nos seus Poke Bowls.

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    A ementa 

    E o que são os Poke Bowls, estará neste momento a perguntar-se. São uns pratos de origem havaiana considerados uma das grandes tendências da alimentação saudável. Primo do ceviche (só que menos marinado), o poke mistura peixe cru com legumes frescos, frutos secos e outros ingredientes, normalmente servidos por cima de uma base de arroz japonês. A receita nasceu no Hawai mas começou a fazer sucesso nas praias californianas porque era uma opção rápida, saudável e deliciosa para matar a fome dos surfistas. “Poke” significa cortar no dialeto havaiano — e é tudo servido cortadinho, numa taça, para comer rapidamente e de preferência com pauzinhos (se for japonês, porque no meu caso, acabo sempre por me render aos talheres: comer quinoa com pauzinhos não é para qualquer um). Depois deste meu raro momento de José Hermano Saraiva da Culinária (já pareço o meu prezado Marido Mistério!), passemos aos pokes do Local Chiado.

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    A lista é criativa e variada. Tem desde os pokes sugeridos no menu, como o Clássico, o Protein, o Spicy, o Salmão, À Palácio e o Tofu Biológico, em que os preços rondam entre os €10 e os €12, ao Poke do Dia, e a minha opção favorita que é o Faça o seu Poke. Basicamente, podemos escolher a base (arroz de sushi, quinoa real ou noodles de vegetais), o peixe (salmão ou atum) ou tofu bio e depois ainda tem 3 complementos e 2 toppings à escolha. E, claro, os molhos: clássico, ponzu, spicy e maionese de wasabi.

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    Eu já lá fui várias vezes e escolho quase sempre a mesma combinação: quinoa real e salmão. Depois, como complementos, opto por ervilhas edamame, abacate, goma wakame (algas japonesas) e, como toppings, escolho invariavelmente cajus com wasabi e nozes macadamia. E, modéstia à parte, fica uma excelente combinação.

    O prato é fresco, saboroso e deixa-nos com uma sensação de saciedade, o que é bastante simpático para quem vive em dieta.

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    Mas o Sea by Local não se fica apenas pelos Poke Bowls. Tem umas ostras vindas diretamente da Ria Formosa, mexilhões, tártaros de salmão e atum, camarão em azeite, carpaccio de bacalhau, polvo laminado, atum braseado e outras delícias (frescas e saborosas, nada a ver com as embalagens do supermercado) do mar. O prato mais caro custa €10,60, sem contar com as ostras e os mexilhões que paga à unidade.

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    O serviço 

    No início, no andar de baixo do Palácio Chiado, recebia um pager que vibrava para os clientes irem buscar o prato quando este estivesse pronto. Agora, já tem serviço à mesa. Apesar de receber o mesmo pager, quando este vibra pode chamar um empregado para lhe trazer a comida. É claro que eu acho um bocadinho demais chamar o empregado para ele me ir buscar um prato – especialmente desde que a minha dieta impõe que dê 10 mil passos por dia –, por isso levanto-me sempre para ir buscar a comida. Só quando os empregados vêem o pager a vibrar e se oferecem para lá ir é que eu cedo. Não é porque não goste de fazer exercício, é só para não ser desagradável.

    No momento de pagar, é que continua a ter de ir à caixa. Quando não está muita gente, funciona lindamente. Quando está, pode ter de ficar à espera para sair. Eu já fiquei uma vez quase dez minutos na fila para conseguir pagar.

     

    O bom 

    O espaço é lindo e no verão abrem as portas de baixo para a rua – parece que está quase numa esplanada

    O mau 

    A espera para pagar, quando está muita gente

    O ótimo 

    Os pokes

     

    Um resto de um dia cheio de boas receitas,

    Ela

     

    fotos: sea by local e casal mistério

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