um dia em atenas

    Depois de um bom pequeno-almoço, lá partimos de mapa e máquina fotográfica em punho, quais bons turistas, prontos para ser assaltados. Mas apesar da minha primeira impressão, os gregos são muito simpáticos e acolhedores. Alguns fazem-me lembrar os portugueses. Quase todos arranham cinco ou seis palavras fundamentais em inglês, como: “the way to Acropole”, “Good restaurants in Plaka”, etc. Dez minutos depois estávamos a entrar na Plaka, também conhecido por bairro dos Deuses, dada a sua proximidade com a Acrópole, e é o bairro mais antigo de Atenas. Demasiado turístico talvez, mas pitoresco e encantador. É um labirinto de ruas estreitas, escadas e becos com restaurantes, bares, tascas e tabernas. Também não faltam lojas de roupa e de sapatos mas sobretudo de lembranças turísticas.

    Perdemo-nos por ali até que encontrámos um restaurante simpático com uma esplanada com mesas cobertas com toalhas em xadrez e com uma vista fantástica para a Acrópole. Sentámo-nos aqui para almoçar, impressionados com a vista mas aterrorizados com a ementa. Era daquelas de cartolina que abre em três com fotografias dos pratos. Uma lista interminável… em grego. Não arriscámos: Ele pediu um bife com batatas fritas e eu uma salada grega. Também não estávamos ali para comer bem, mas sim para ganhar forças para subir aquela imensa encosta até à Acrópole.

    Oh meu Deus. Que pesadelo: um calor insuportável e uma subida interminável. Ele, impecável, parecia que estava a passear nas docas de Lisboa à sombra, já eu, bufava, com os bofes de fora, a rogar pragas aos Deuses do Olimpo. É nesse preciso momento que sou ultrapassada por um clone da Victoria Beckham com uns saltos agulha de dez centímetros no mínimo! Aí, sim, envergonhada e humilhada, ergui-me (porque já me arrastava toda corcunda, qual velhinha) respirei fundo, meti prego a fundo e só parei lá em cima.

    Valeu o esforço porque a Acrópole é de facto impressionante. Monumental. Só de pensar que aquelas construções datam de 450 AC? E a vista lá de cima é inexplicável. Parece que Atenas não tem fim, que o mundo começa e acaba nesta cidade. Só é pena que a maior parte das estruturas esteja em ruínas e as que ainda estão de pé estejam em obras, como o Propileu, o portal para a parte sagrada da Acrópole; o Partenon, o templo principal de Atenas; ou o Erecteu. Segundo nos disseram, estão sempre em obras. Talvez por isso, tenha contado mais guindastes do que colunas. Mas mesmo assim vale a pena. Imponente e carregada de simbolismo histórico, é, sem dúvida, o melhor cartão de visita da capital grega. Estafada depois daquela interminável subida, dei por mim à procura – por entre as milhares de construções desordenadas da cidade – do terraço maravilhoso do nosso hotel e a sonhar com um gin tónico.

    Boa semana,

    Ela      

    Tags: ferias, grécia

    2 comentários em “um dia em atenas

    1. Fazer caminhadas, subir e descer Alfama ou Bairro Alto, é uma óptima preparação para ver estes belíssimos lugares, tão bem descritos .
      Confirmo que os Gregos são muito simpáticos.
      Goze o que vem pela frente.
      Beijinho

    2. O meu lugar favorito, dos que conheço! tentem fugir ao excessivamente turístico, embora seja difícil… comam comida de rua; explorem as ruas mais afastadas onde se podem encontrar tesouros; bebam numa esplanada “ena frapè glico mè gala” bem gelado!; e comam Horta Vrasta.
      É o que tenho a dizer 🙂

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