Só há uma coisa capaz de me animar depois de uma deprimente segunda-feira de Setembro: uma terça-feira de Setembro. Mas, antes que me arrume definitivamente no lado Tino de Rans da inteligência humana, deixe-me explicar: tem de ser uma terça-feira com um pôr-do-sol típico de Setembro, quando o céu se enche de dezenas de tons de encarnado ao fim do dia. Mas estas cores só existem em Setembro? Sei lá (pare de fazer perguntas difíceis nessa cabeça!), o que interessa é que existem em Setembro – e que eu tenho o sítio ideal para as ver.
Primeira pista: é um terraço. Segunda pista: fica em frente do Castelo de São Jorge. Terceira pista: tem vista para a Baixa de Lisboa e para o Rio Tejo. Quarta pista: tem óptimos gins. Quinta pista: o que é que ainda está aqui a fazer a ler estas profundas considerações sobre um bar em vez de estar já a caminho de lá? Calculei, não tem resposta, não é?
O ambiente
Como dizia o grande Odorico Paraguaçu, “o melhor é botar de lado os entretantos e partir para os finalmente”. O rooftop do Hotel Mundial, no Martim Moniz, em Lisboa, tem provavelmente a melhor vista para o castelo de São Jorge. Se tem dúvidas, o melhor é confirmar…
É isso, não é? Mas não é tudo. Daqui, ainda consegue ver a Praça da Figueira, as ruas da Baixa e o Rio Tejo lá ao fundo. Do outro lado, o Chiado e o Bairro Alto. É difícil encontrar um sítio mais simpático. O ideal é chegar ainda de dia, apanhar a luz de fim de tarde e ver como as cores vão mudando com o início da noite.
Ainda por cima, o espaço é simpático e confortável. Há bancos altos com almofadas no assento, o que para senhores a caminho de uma certa idade como estes vossos amigos é importante; há bancos baixos iguais; e há sofás com encostos de braços e almofadões, o que até seria uma tentação para a minha própria avó. Tudo isto em branco, o que contrasta lindamente com o chão do deck em madeira escura. E se acha que falta alguma coisa, ainda tem uns elegantes candeeiros brancos iluminados dos pés à cabeça.
A música é alta e animada, com DJ e um ambiente alegre e descontraído. Nada de ritmos calminhos ou de climas chill out.
As bebidas
Há sangrias, cocktails, sumos, mojitos, caipirinhas… mas eu paro no gin, mal percebo que tenho uma garrafa de Fever Tree para acompanhar. Aqui escolhi um magnífico Sharish (€13,10) servido apenas com uma fina fatia de maçã verde – e, claro, com uma Fever Tree Mediterranean. Tem um levíssimo aroma adocicado e fresco da fruta e vem com enormes pedras de gelo. A mim serviram-me num copo de balão baixo, mas eu vi outros copos típicos de gin a circular, por isso presumo que tenham acabado. Seja como for, estava fantástico. Ela preferiu uma imperial bem gelada porque alguém a convenceu de que a cerveja não engorda.
O único problema foi quando chegou o teste do aperitivo. Em vez de umas amêndoas tostadas, de uns pistácios ou de uns cajus (mais condizentes com o preço do gin), trouxeram-me umas batatas fritas razoáveis e uma peregrina mistura de amendoins e frutas cristalizadas. Vamos lá ver, amendoim ainda se aguenta, agora fruta cristalizada?! Senti-me como se estivesse a comer um bolo-rei.
O serviço
Foi simpático e disponível. Serviu à mesa até que, subitamente, por volta das 20h30, o bar foi tomado de assalto por uma pequena multidão que entupiu o serviço, e até os pedidos no bar, durante cerca de meia hora. Depois, tudo voltou à normalidade.
O bom
O gin tónico bem servido
O mau
Os aperitivos com frutas cristalizadas
O óptimo
A vista para o Castelo de S. Jorge, o rio e a baixa
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Um bom terraço para si onde quer que o pôr-do-sol esteja,
Ele
fotos: rooftop hotel mundial
Concordo convosco, é um dos sítios mais bonitos de Lisboa. Adoro sentar-me virada para o Castelo ao final da tarde e deleitar-me com as sombras que vão cobrindo a encosta… Acho que vou lá voltar quando for agora a Lisboa!
Temo pelo vosso gosto musical, pq a música que me entra pela janela todos os dias vinda do hotel mundial é simplesmente tenebrosa.